Carloto Cotta, ator de 41 anos acusado de violação, sequestro e agressão pelos ataques a uma mulher de cerca de 40 anos, foi agredido no passado dia 14 de junho perto do Martim Moniz, em Lisboa, aquando das festas dos Santos Populares. Segundo a queixa apresentada pelo ator às autoridades, como indicou o jornal “Expresso”, dois homens terão abordado Carloto Cotta a pedir um cigarro, perguntando logo de seguida se ele era o “ator violador”. Imagens foram publicadas no Facebook. 

Carloto Cotta pode ter feito mais vítimas. Mulher que acusa o ator de violação, sequestro e humilhação sexual está "péssima"
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 "És tu o ator violador?", perguntaram-lhe, o que terá resultado depois numa cena de insultos e agressões, onde Carloto Cotta foi agredido com um soco na cara, caindo ao chão. Possíveis provas dessa luta foram publicadas nas redes sociais por Vasco Moura dos Santos, amigo do ator, que disse ainda que o ator teve de receber tratamento no hospital. "Imprimiram-lhe na cara um selo falso! Bateram-lhe sem saber que estavam a esmurrar uma grande pessoa”, começou por escrever.

"Insultaram-no, ameaçaram-no de morte, e nem quiseram palavras. Um grande ator, único, desafiador dos plateaus de cinema, criador irreverente (...). O Carloto Cotta foi agredido por dois indivíduos nos Anjos que lhe bateram à traição, ameaçaram-no de morte e fugiram. Pediram-lhe um cigarro e perguntaram-lhe ‘És tu o ator violador?’ O Carloto não teve tempo de responder, pois estas criaturas do mal esmurraram-no violentamente até este cair por terra. Mas onde estamos nós? Que se passa?”, acrescentou. 

“Foi injustamente acusado de violação e sequestro, e por favor nunca acreditem no oposto. E apesar da sua inocência foi agredido e ameaçado na rua por vis criaturas da moda-corrente (...) sem conhecimento de provas que facilmente inocentam o meu amigo. Provas que vão finalmente desmascarar a dita falsa-violada e falsa-sequestrada que inventou várias lenga-lengas. Eu vi provas que são muito sucintas, mas esclarecedoras no que respeita a este caso, agora tudo depende do Ministério Público, das estratégias dos advogados e da comunicação social”, rematou Vasco Moura dos Santos.

Em causa está a acusação de nove crimes por parte do Ministério Público a Carloto Cotta no mês de fevereiro, depois de o Ministério Público ouvir os relatos de uma mulher que, alegadamente, o ator terá mantido presa durante mais de 24 horas.

Ao que tudo indica, o Departamentos de Investigação e Ação Penal de Sintra considerou existirem indícios suficientes para acusar o ator de violação, importunação e coação sexual, sequestro, ameaça agravada, injúrias e ofensas à integridade física. 

Segundo a acusação, o ator e a vítima conheceram-se em janeiro de 2023, e o caso deu-se meses depois, a 3 de maio. Nesse dia, a mulher foi convidada por Carloto Cotta a visitar a sua casa em Colares, e o ator encaminhou a vítima para o seu quarto. Usando a força, o ator deitou-a no sofá, pôs-se em cima dela para a prender, masturbou-se, obrigando-a a fazer-lhe sexo oral, tendo depois mantido a vítima “ao pé de si a ouvi-lo citar poesia até de manhã”. 

Além disso, segundo o Ministério Público, o ator terá dito à mulher que tinha uma dívida a traficantes de droga, e depois de a vítima se ter recusado a ajudar, ameaçou-a e aos seus filhos “de morte”. De seguida, bateu-lhe com um livro na cabeça, e obrigou-a a lavar a loiça enquanto “lhe batia e cuspia”, voltando a ameaçá-la e dizendo que chamaria “dois amigos” para a violarem.

Mais tarde, o ator terá ido buscar uma faca para “a cortar aos pedaços”, e foi nessa altura que a vítima conseguiu escapar e saltar pela janela. O julgamento de Carloto Cotta está marcado para 2 e 9 de outubro no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, em Sintra.