O projeto da Feira Popular em Carnide foi prometido por Fernando Medina em 2015, mas já não vai haver nenhum parque de diversões no centro da cidade. O atual presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, assumiu esta quarta-feira, 6 de julho, que não há promotores interessados em investir no projeto, de acordo com a “CNN Portugal”, que cita a agência Lusa.

Carlos Moedas não reconheceu responsabilidades e disse que, caso não abandonasse o projeto, ele "desaparecia por si só". Acrescenta ainda que Fernando Medina nunca trabalhou para haver promotores interessados no projeto.

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“Hoje em dia não há, de certa forma, nem sequer há procura para este tipo de parques de diversões dentro das cidades, ou seja, nós nem estamos num cenário em que haja procura, com promotores que queiram fazer este tipo de coisas”, explicou Carlos Moedas. O social-democrata dá o exemplo de Madrid e Paris, com parques temáticos fora dos centros das cidades.

A ideia de Carlos Moedas é criar um “parque verde” no espaço que estava destinado para a Feira Popular. O presidente da Câmara reforça que isso “é o que as pessoas que ali vivem querem, portanto isso é o que faz sentido”.

O Partido Socialista (PS) e o Bloco de Esquerda (BE) criticaram o abandono do projeto. “O presidente da Câmara Municipal de Lisboa diz que estes espaços de diversões não fazem sentido na cidade, porque desistiu de governar para quem aqui vive, concentrando-se apenas no turismo e no imobiliário”, refere o BE, em comunicado, citado pela “CNN Portugal”. Já o PS defende que o fim do projeto representa “uma quebra com o imaginário afetivo da cidade, a história de Lisboa e as pretensões dos lisboetas”.

Porém, o presidente da Câmara considera que “não houve surpresa” sobre a sua opinião, dado que a sua posição já tinha sido anunciada no programa eleitoral, nas autárquicas de 2021, com a coligação Novos Tempos. A ideia do autarca é criar um espaço com “equipamentos de lazer e desporto, incluindo uma nova piscina exterior natural em Carnide, de grande dimensão, ambientalmente inovadora”.

As complicações com a Feira Popular não ficam por aqui. O projeto foi anunciado em novembro de 2015, ainda no mandato de Fernando Medina, e as obras arrancaram no ano seguinte, com a demolição dos edifícios do terreno. Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa, os dez hectares de terreno estão ao abandono. Mas o autarca do PSD já disse que mandou limpar o espaço.

“Sei que tinha havido problemas com o encarregado de obra, portanto, tem havido aqui também uns problemas técnicos (...), mas, aqui, o ponto de situação é começar realmente a limpar os terrenos que não estão em condições e não podem estar naquelas condições e, depois, realmente pensarmos neste projeto de equipamentos para aquela zona da cidade. É isso que nós temos de fazer”, sublinhou Carlos Moedas.

O presidente da Junta não se opôs à decisão de Carlos Moedas. Apenas reforçou a importância de criar um espaço vantajoso e com oportunidade de desenvolvimento para as pessoas que lá vivem.

O presidente da Câmara ainda não tem uma data para alterar o projeto da Feira Popular e diz que o importante é ter um plano pensado para as pessoas e a cidade. “A cidade precisa de pulmões verdes, precisa de zonas verdes e zonas que tenham vida, portanto, nós temos ali uma zona que está parada e que está parada há muito tempo”, explicou Carlos Moedas.

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