Os Santos Populares decorrem desde o início do mês de junho e até ao final das festas prevê-se que os casos de COVID-19 cheguem aos 350 mil contágios diretos em todo o País, segundo o relatório divulgado esta quarta-feira, 8 de junho, pelo Instituto Superior Técnico (IST) e a que a agência Lusa teve acesso, segundo a CNN Portugal.
Só em Lisboa, "poderemos ter um mínimo de 60 mil contágios nos dias mais movimentados", enquanto no Porto a previsão é de 45 mil, de acordo com os dados divulgados na investigação coordenada pelo presidente do Técnico, Rogério Colaço. “Todas as festas populares no País poderão traduzir-se num total de contágios diretos num mínimo de 350 mil, podendo atingir valores mais elevados se novas variantes entrarem em Portugal”, refere ainda o IST.
Mas as festas dos Santos Populares não são o único evento que pode levar à proliferação da pandemia em Portugal — País que é o segundo no mundo com mais casos de COVID-19, segundo o site estatístico Our World in Data. Prevê-se ainda que o número de contágios “produzidos sem máscara, com os níveis atuais de suscetíveis de infeção, em eventos como o Rock in Rio seja de 40 mil no total”.
Por isso mesmo, os investigadores recomendam o "uso de máscara em grandes eventos de massas ao ar livre, em festas populares, em concertos e eventos em ambiente fechado, nos transportes públicos e em contexto laboral quando há proximidade entre trabalhadores inferior a dois metros".
Segundo o relatório divulgado esta quarta-feira, 8, Portugal já terá ultrapassado o pico da sexta vaga da pandemia, no entanto, alerta para a possibilidade de haver um “recrudescimento de contágios a partir das festas de junho, admitindo que ainda existem 45% de suscetíveis à variante Ómicron no País”.
Os casos não devem abrandar durante o verão, estando inclusivamente já prevista uma nova vaga "no início de setembro, com um erro de 15 a 20 dias", dizem autores do estudo do IST, com base em fatores como a perda de imunidade natural e adquirida com a vacinação contra a COVID-19. “Se a hipótese da perda de imunidade se verificar, estas vagas vão se suceder de forma periódica ao longo dos anos. A única forma de quebrar estes ciclos será com vacinas de nova geração. A teoria e a história indicam também que as ondas pandémicas se irão atenuando ao longo dos ciclos repetidos até o vírus se tornar endémico”, conclui o relatório.
Portugal registou mais de 2 mil casos de casos com COVID-19 só esta segunda-feira, 7, segundo o Our World in Data. O número de mortes no País também tem vindo a aumentar e os dados do IST mostram que a mortalidade acumulada a 14 dias por um milhão de habitantes “é agora de cerca de 56" (valor superior em 2,75 do que o indicado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) para a redução das medidas de controlo da pandemia).