Um tradicional e icónico arroz de pato ou uma paelha deliciosa para repetir inúmeras vezes à mesa. Estes foram só alguns dos pratos que pudemos provar no Festival da Comida Continente, que decorreu este sábado e domingo, 9 e 10 de julho, respetivamente, no Parque da Cidade, no Porto.

O evento juntou música — com nomes como Tony Carreira, Fernando Daniel, Carolina Deslandes e Daniela Mercury —, provas gastronómicas, atividades ao ar livre e workshops. A missão do Continente? Tornar mais fácil o acesso de toda a gente às melhores coisas da vida.

E há melhor coisa do que comida deliciosa ao som de boa música? Temos dúvidas. Ao longo dos dois dias do festival, todos os que visitaram o Parque da Cidade tiveram a oportunidade de ver em ação alguns dos chefs mais importantes da cozinha portuguesa como Hélio Loureiro, Justa Nobre, Manuel Almeida e Rui Paula.

5 coisas que pode fazer no Festival da Comida Continente sem pagar nada
5 coisas que pode fazer no Festival da Comida Continente sem pagar nada
Ver artigo

Nós, habituados a esta coisa de questionar, enchemo-nos de coragem e fomos perguntar a alguns deles se nos contavam alguns segredos sobre os pratos deliciosos que prepararam no Festival da Comida Continente. A ideia, claro, era replicar em casa aquelas receitas de sucesso para mostrar aos nossos amigos que até sabemos dar uns toques na cozinha.

E olhe que conseguimos. Não temos a receita completa, porque os melhores segredos devem ser bem guardados, mas com esta dicas não tem como errar em casa.

A chef Justa Nobre explicou-nos como não falhar o seu delicioso arroz de pato, enquanto o chef Chakall mostrou-nos como costuma fazer a sua incrível paelha. Já os chefs Rui Paula e Cris Mota dizem-nos como fazem o caril de polo e a feijoada à brasileira, respetivamente.

Veja as receitas abaixo.

A paelha do chef Chakall

Dicas para fazer estes 4 pratos dos chefs que estiveram no Festival da Comida Continente
Dicas para fazer estes 4 pratos dos chefs que estiveram no Festival da Comida Continente

Se procura uma receita para fazer em pouco tempo, o melhor é esquecer a paelha porque este prato precisa de tempo. Quem o diz é o próprio chef Chakall em entrevista à MAGG no recinto do Festival da Comida Continente.

É que aquilo que parece ser uma receita fácil, não é bem para amadores ou refeições rápidas. “É difícil cozinhar o arroz e deixá-lo no ponto”, explicou. Mas também não precisa de desistir já. Segundo o chef Chakall, todos conseguem. “Pode enganar-se na primeira vez, mas depois chega lá”.

Para começar, refogue os mariscos e os legumes — pimento, cebola e ervilhas — separadamente. Faça um refogado com alho, tomate, molho de tomate e vinho branco.

Depois disso, adicione os legumes e o marisco. Acrescente caldo, arroz e deixe cozinhar em lume brando durante alguns minutos sem mexer.

Mas cuidado, escolha com atenção o arroz e os mariscos. O segredo para uma paelha saborosa e cremosa como a do chef Chakall pede ingredientes à altura. “O arroz tem de ser um arroz próprio e o marisco de qualidade”, confessa à MAGG.

O arroz de pato da chef Justa Nobre

Dicas para fazer estes 4 pratos dos chefs que estiveram no Festival da Comida Continente
Dicas para fazer estes 4 pratos dos chefs que estiveram no Festival da Comida Continente

Como em quase todos os pratos, a qualidade dos ingredientes dita o sabor da iguaria. E para um arroz de pato saboroso como o da chef Justa Nobre, além de boa matéria prima, precisa de bons temperos e, claro, “muito carinho a cozinhar”, conta-nos a chef.

O processo é demorado e exige paciência. Para começar, tempere os patos. E é aqui que está o segredo para tanto sabor. Segundo a chef Justa Nobre, “há três coisas que dão um paladar ótimo: tomilho, sumo de laranja e vinho do porto"

Depois deste tempero, asse os patos, desosse e retire as peles. Use estas duas partes para fazer o caldo. Afinal, é isso que dá mais sabor ao arroz.

Faça um bom refogado com chouriço e bacon, acrescente o arroz e junte o pato.

A feijoada à brasileira da chef Cris Mota

Dicas para fazer estes 4 pratos dos chefs que estiveram no Festival da Comida Continente
Dicas para fazer estes 4 pratos dos chefs que estiveram no Festival da Comida Continente

Este é o prato “mais emblemático de norte a sul do Brasil”. E não somos nós que o afirmamos, mas sim a chef Cris Mota, uma das estrelas deste Festival da Comida Continente. E não é só no Brasil que esta receita faz sucesso, porque, na verdade, “os portugueses também gostam muito de feijoada”, diz-nos.

Para fazer este prato, comece por refogar as carnes de porco em alho, cebola, coentros e “ervas muito frescas”, acrescenta a chef. Vá adicionando o feijão, uma técnica “para incorporar mais sabor”, partilha. Depois, junte arroz branco, couve e farofa.

E não é qualquer farofa. Na feijoada brasileira da chef Cris Mota, a farofa é de banana e frita no alho.

Pode comer no momento ou guardar e devorar no dia seguinte. É que, para esta chef, “no dia seguinte [a feijoada] está muito mais saborosa porque ganhou todo o sabor”.

O segredo para todo o sucesso deste prato é simples: “muito amor e um toque de cachaça”, conclui.

O lombo de bacalhau lascado do chef Manuel Almeida

Dicas para fazer estes 4 pratos dos chefs que estiveram no Festival da Comida Continente
Dicas para fazer estes 4 pratos dos chefs que estiveram no Festival da Comida Continente

Entre os pratos portugueses mais típicos há um que adoramos e que sabe bem qualquer altura: o bacalhau. E o chef Manuel Almeida fez questão de trazer este ingrediente para o Festival da Comida Continente. Como? Apresentando-o de uma forma elegante e com muito sabor.

O segredo do lombo de bacalhau lascado com crosta de pão de milho do chef está na “qualidade dos produtos, no tempo de confeção e na forma como trata o produto”, explica o chef.

Se não teve oportunidade de provar ou quer repetir a receita, anote o processo de confeção: asse as batatas com sal e ervas, retire e amasse. Acrescente um húmus de grão de bico, grelos, broa esfarelada, um lombinho de bacalhau (de qualidade, claro), pasta de azeitona e um aioli de alho.

Depois, leve tudo ao forno e desfrute. Se está à espera de uma dica mágica para tanto sabor, saiba que está mesmo tudo no amor. “O segredo não existe, foi a minha mãe que me ensinou."

Parecendo que não, é o suficiente.