Sara Silva, gémea de Mónica Silva, a grávida da Murtosa, no distrito de Aveiro, que está desaparecida há três meses, deu uma entrevista exclusiva ao programa “Linha Aberta”, na SIC, conduzido por Hernâni de Carvalho. A mulher falou sobre a relação da irmã com Fernando Valente, o principal suspeito que está indiciado pelos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e aborto agravado, e que se encontra em prisão domiciliária.
Sara Silva começou por dizer que a zanga que teve com Mónica Silva, que até a fez sair da casa onde moravam juntas cerca de três meses antes do desaparecimento, foi uma “birra” devido ao negócio de uma frutaria que tinham juntas.
Quanto ao suspeito, a mulher confirmou que a irmã “tinha um relacionamento com o Valente” e que este era “um homem presente na vida dela”. “Aquilo que eu me apercebia era que ele gostava dela”, admitiu.
Mónica Silva estava grávida de sete meses quando desapareceu e Fernando Valente afirma que não sabia da gravidez. “Ele sabia. Eu tenho a certeza que ele sabia. A certeza. Eu falei com a minha irmã e disse à minha irmã: ‘já lhe contaste?’. E a minha irmã, que a barriguinha ainda estava [pequena], disse: ‘não’. E eu disse: ‘então conta-lhe. Se ele aceitar aceita, se não aceitar não há problema'”, contou.
Sara explicou que a irmã teve “um envolvimento” com um homem de Anadia e que, “na altura”, desconfiou que fosse este o pai do bebé. Contudo, “tinha a relação com o Valente”. A mulher confirmou ainda que Mónica, mais tarde, contou ao suspeito que estava grávida e que essa conversa tinha corrido bem.
A versão de Sara não corresponde à versão que Fernando Valente deu à “Linha Aberta”, dado que a mulher disse que esta relação foi prolongada no tempo e o homem afirmou que apenas teve contacto com Mónica Silva em janeiro do ano passado e que terá sido uma relação fugaz.
Mónica Silva foi vista pela última vez no dia 3 de outubro de 2023. A mulher terá saído de casa nessa noite, alegando ir ao café, e ligou aos filhos de 11 e 14 anos a dizer que estava a voltar para casa. Contudo, isso nunca chegou a acontecer. O seu telemóvel foi desligado nesse dia e 24 horas depois deu sinal no Alentejo, no concelho de Cuba, onde o principal suspeito tem uma propriedade.