Há mais detalhes sobre o acidente que matou Claudisabel. O condutor do carro envolvido no embate contra a viatura de cantora de 46 anos na A2, perto de Alcácer do Sal, na madrugada de 19 de dezembro de 2022, admitiu em tribunal “ter estado o dia todo de 18 de dezembro de 2022, praticamente, a consumir bebidas alcoólicas, desde o almoço até às 00h00, do dia 19 de dezembro”, pode ler-se na sentença do Tribunal de Grândola, tal como escreve o "Correio da Manhã".
O tribunal condenou o arguido a uma pena suspensa de três anos de prisão por homicídio negligente e condução de veículo em estado de embriaguez. A decisão deste tipo de pena foi justificada devido ao tribunal entender que "seguramente se tratou de situação ocasional na sua vida [do arguido] e que a ameaça da pena, como medida de reflexos sobre o seu comportamento futuro, evitará a repetição de condutas delitivas”.
A juíza Joana Vieira refere ainda que Marco Silva, o condutor, “sabia que ia a conduzir com excesso de álcool”, dado que acusou uma taxa de álcool no sangue de 1,98 g/l e ignorou a falta de sono, refere a mesma publicação. O arguido, que trabalha como guarda prisional, "mencionou que tinha dormido, na noite anterior, somente quatro horas, mas salientou que o seu organismo está habituado a dormir um número escasso de horas. Todavia, não somos levados a crer que o escasso número de horas não tivesse influência para o embate, quando conduzia com aquela taxa de álcool no sangue, estava de noite, estava escuro e conduzia à 01h50 da madrugada”, escreveu a magistrada.
“Se nos socorrermos, mais uma vez, das regras da experiência comum, além da falta de reflexos e capacidades, é também expectável que pudesse ficar com sonolência enquanto conduzia, depois do dia tão agitado e festivo que teve, até porque a sonolência é uma das consequências da ingestão de álcool”, concluiu a juíza, de acordo com o "CM".
Em tribunal foi provado também que Claudisabel mexeu pela última vez no telemóvel 13 minutos antes de o embate ocorrer e que a chamada telefónica com a mãe, que durou mais do que 45 minutos, foi realizada em alta-voz.
A cantora seguia a uma velocidade inferior a 60 km/h, não estava a usar cinto de segurança, segundo o relatório do Núcleo de Investigação de Crimes de Acidentes de Viação (NICAV), e, na sequência do embate, foi projetada do carro, sofreu várias lesões na cabeça e pescoço, tendo morte imediata no local.