João Carreira planeava matar o maior número de pessoas na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa a 11 de fevereiro de 2022. Detido na véspera, tinha na sua posse todas as armas que utilizaria para o massacre. Meio ano depois, surgem novos detalhes acerca do caso.
De momento, o jovem está acusado de dois crimes de terrorismo e de um de detenção de arma proibida. Queria provocar um incêndio e explosões nas instalações da faculdade e, de acordo com o Ministério Público, "o arguido muniu-se de todas as armas e artigos que conseguiu para efetuar o ataque, tendo definido em concreto os locais, a data e o número de pessoas que pretendia atingir", pode ler-se no portal Sapo, de acordo com citações da Agência Lusa.
O mesmo órgão de comunicação avança que, dias antes da data prevista para o ataque (11 de fevereiro), um norte-americano frequentador da darknet denunciou a situação ao FBI, que, por sua vez, colocou a Polícia Judiciária ao corrente. Depois da perícia psiquiátrica ao jovem de 18 anos, foi possível concluir que o mesmo estava em plenas capacidades mentais.
Aluno do primeiro ano da licenciatura em Engenharia Informática e natural da Batalha, João Carreira terá contado o plano a uma colega de turma. As mensagens divulgadas pelo "Correio da Manhã" consistiam em promessas de matança. "Vais morrer em breve" era uma delas.
O jovem também enviou mensagens como "Vou matar-te no espaço de duas semanas"; "Matar-te é um anseio mas isso é um desejo teu e eu vou cumpri-lo tal como um bom amigo o deve fazer"; "Queres uma facada no pescoço ou no peito?"; "Só preciso de executar a tua morte longe do público e das câmaras".
João Carreira queria ser visto como o pior assassino em massa em Portugal. Esperava matar "pelo menos quatro pessoas, mas quanto mais melhor". Ao longo de quatro anos adquiriu os conhecimentos necessários para planear um ataque num meio escolar, desde o armamento a como usá-lo, revela a CNN Portugal.
O jovem estudou um manual do exército dos EUA de técnicas de combate com facas e treinou no quarto, disparando a besta que tinha na sua posse (com a qual atacaria, além de facas) para garrafas de plástico. Informou-se, ainda, acerca de quantos polícias estariam na universidade durante a época de exames e qual o seu armamento.
Na prisão, confessou ser fascinado por assassinos em massa. João Carreira foi detido pela Polícia Judiciária a 10 de fevereiro de 2022, o dia antes de concretizar estes planos. Estava "num estado agudizado de grande ressentimento e alienação social" e tinha um grande consumo de conteúdos violentos, esclareceu a CNN Portugal. De momento, encontra-se em prisão preventiva.