É nos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) que se encontram mais de metade (60%) dos doentes internados após contágio por COVID-19A informação é dada esta quarta-feira, 16 de junho, pela Administração Regional de Saúde (ARS), que diz que na, segunda-feira, 14, havia 215 doentes hospitalizados na região, segundo escreve jornal "Público".
Para efeitos de comparação, o boletim referente ao número de casos de contágio em todo o País, divulgado esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS), com informação atualizada até às 23h59 de segunda, dava conta de um total de 346 internamentos em todo o País. Este é, aliás, o número de novas infeções mais alto desde 6 de março, com LVT a ser a região com 65% dos casos em todo o País — ao registar mais 629 novos casos.
"À data de ontem [segunda-feira, 14], foram reportadas 164 pessoas com COVID-19 internadas em enfermaria e 51 com COVID-19 internadas em unidades de cuidados intensivos nos hospitais da ARSLVT", revelou a ARS ao mesmo jornal. Apesar disso, os números de internamentos em LVT ainda estão muito longe daqueles que foram registados no pico da terceira vaga (2.651 internamentos em enfermaria e 352 em unidades de cuidados intensivos a 8 de fevereiro), o que permite que a capacidade de resposta dos hospitais não se encontre comprometida.
Prova disso é o facto de, nesta fase, estarem a ser usadas 289 camas em enfermaria e 73 camas em unidades de cuidado intensivos em LVT, de um total de 6.323 de enfermaria e 296 de unidades de cuidados intensivos que a região dispõe, segundo dados da ARS partilhados com o "Público".
Ainda que, para já, os hospitais funcionem com alguma tranquilidade, o aumento do número de casos de contágio serve de alerta. Nas últimas 24 horas, Portugal registou mais duas mortes e 973 novos casos de infeção, no mesmo dia em que o matemático e especialista em epidemiologia Óscar Felgueiras, fez saber que o País pode vir a tornar-se num dos países da União Europeia "com maior incidência" de casos de contágio devido à variante Delta do Sars-CoV-2, vinda da Índia.
"Portugal está a caminho de ser um dos países com maior incidência na União Europeia. Não só vamos ultrapassar a média europeia, como vamos ultrapassar a maior parte dos países da União Europeia. Vai ser rápido, mais uma ou duas semanas e estamos à frente de quase todos os países", garante, em declarações à Agência Lusa, citada pelo "Público".
Apesar disso, Óscar Felgueiras acredita que impacto nos hospitais desse crescimento de número de contágios não atingirá a proporção da terceira vaga — muito devido à vacinação já em curso.