Lixo nas praias, carros destruídos, e casas e ruas vandalizadas é o que mostram as imagens captadas em Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira, que estão a chocar o País. Apesar de os atos de vandalismo se terem tornado alvo de atenção mediática nos últimos dias, esta é uma situação que, segundo os moradores, já se repete há quase duas décadas, principalmente no verão.
Durante a segunda quinzena de julho, centenas de jovens, maioritariamente com idades entre os 12 e os 16 anos, chegam à vila e durante a madrugada ocupam o tempo a destruir os locais por onde passam. De acordo com uma residente na localidade, os jovens "são quase todos da linha de Cascais, grande parte deles menores de idade, e vêm todos os anos para Milfontes onde, sem qualquer consequência, consomem droga adquirida no local e quantidades exorbitantes de álcool", disse em entrevista ao jornal "Publico".
"Por volta das 7h30, depois de uma noite 'bem passada' pelas ruas, os 'betos' aglomeram-se à porta da pastelaria Mabi, a poucos metros do edifício da GNR, à espera de comer alguma coisa. Enquanto isso, aproveitam para urinar na rua virados para os transeuntes e fazer mais qualquer coisinha que o tempo é de aproveitar", descreveu ainda a moradora ao mesmo jornal.
A imagens captadas nos últimos dias mostram como ficaram as casas, os carros e ruas da vila, mas, segundo os moradores, chegam a existir também agressões a residentes. "Eles não se sabem comportar, não respeitam as pessoas e inclusivamente não respeitam as autoridades", queixa-se outra moradora em entrevista à "TVI24".
Dado a prevalência dos atos de vandalismo, há já um grupo de Facebook dedicado a denunciar estes acontecimentos. Nos últimos dias, as partilhas têm-se intensificado e a indignação é cada vez maior. "Stop Vandalismo em Milfontes" é o nome de uma das páginas onde têm sido feitas várias partilhas, algumas a recordar acontecimentos parecidos ocorridos em anos anteriores.
Além das imagens de destruição, há ainda vídeos de jovens a dormir na rua e de festas que se prolongam, incomodando os moradores.
De acordo com o porta-voz da GNR, os cerca de 400 jovens vieram na sua esmagadora maioria de Lisboa, Oeiras e Cascais e "todos os anos os seus pais escolhem Milfontes" para deixar os filhos. "O que está a acontecer já é normal. Todos os anos é a mesma coisa", disse o agente ao "Público".
Tendo em conta a situação, também o presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, lamenta o sucedido e pediu o reforço de patrulhamento, que, segundo algumas imagens, já se verificou.