Rosa Ferreira vivia no mesmo apartamento em Braga há oito anos — até o senhorio ter vendido a casa e a ter despejado a ela e ao filho de 13 anos. Desempregada, a mulher de 51 anos não tinha dinheiro para conseguir uma alternativa de habitação, pelo que recorreu à solidariedade.
No total, eram necessários 1600€ para angariar um T1 que lhe custaria 400€ por mês. Contudo, como o proprietário pedia duas rendas de avanço e duas de caução, o valor aumentava, tal como explicou o jornal "O Minho". Rosa serviu-se da plataforma GoFundMe para pedir doações.
"Peço a quem puder que me ajude com um euro que seja para que consiga entrar numa casa com o meu filho, pois, infelizmente, estamos neste momento a viver num quarto em casa de familiares que também não nos podem ter aqui por muito mais tempo", escreveu nesse mesmo apelo.
Rosa Ferreira e o filho menor foram surpreendidos pelo senhorio com a notícia de que já não teriam um teto. "Aproveitou-se de mim, que estou de baixa, com uma depressão, por causa da morte de um filho que faleceu há três anos com tuberculose", contou ao mesmo jornal.
Atualmente desempregada, Rosa teve de assinar uma declaração a prescindir dos direitos de indemnização. As doações começaram a chegar e atingiram os 1000€, mas faltavam os restantes 600€, e o novo senhorio já só esperava mais uma semana antes de arrendar o T1 a outra pessoa.
"Não tenho outra hipótese senão a de voltar a apelar aos bracarenses e a todos os portugueses para que me deem mais uma ajuda, para conseguir arrendar o T1", disse ao jornal. E foi um empresário de Ponte de Lima que doou todo o dinheiro que faltava para este recomeço.
O gestor ofereceu logo os 600€ necessários. "Não tenho filhos e não consigo imaginar essa perda. A senhora merece uma ajuda para começar uma nova fase da vida", afirmou, ao mesmo jornal, pedindo para não ser identificado. "O meu aniversário é nesta segunda-feira. Ia comprar uma prenda para mim, assim já a comprei", concluiu.
Agora, graças à solidariedade, Rosa Ferreira e o filho já têm o dinheiro de que precisavam para voltarem a ter um teto próprio, deixando de viver numa situação precária, reféns da boa vontade dos familiares.