Até agora, idosos e pessoas doentes vacinaram-se menos do que em 2019. É esta a conclusão dos dados referentes à atual campanha de vacinação contra gripe e que dão conta de que até terça-feira, 24 de novembro, apenas 57,1% da população com mais de 65 anos tinha sido vacinada — num total de 1.160,618, avança o jornal "Expresso". No que toca a pessoas com doenças crónicas, apenas 46,4% dessa camada foi vacinada.
Os valores confirmam uma redução de 1.3% e 5.6% no que toca aos idosos e aos doentes crónicos, respetivamente, face à taxa de vacinação durante o mesmo período de tempo em 2019. A explicação pode estar na falta de hábito de vacinação sazonal, mas também na inexistência de vacinas nos centros de saúde e nas farmácias, escreve o mesmo jornal.
Os dados do Vacinómetro, da Sociedade Portuguesa de Peneumologia, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) não deixa margem para dúvidas. 24,1% da população idosa revela ainda não ter sido vacinada por falta de oportunidade, enquanto 22,6% justifica-se com a falta de hábito em fazê-lo.
No entanto, 22,2% dizem mesmo que ainda não se vacinaram porque, de facto, a vacina se encontra esgotada — o que também afeta os doentes crónicos, em que 25,7% dizem ainda não ter sido protegidos por não encontrar stock.
Ainda assim, os dados mostram que a maioria dos portugueses que façam parte de grupos de risco têm intenção de tomar a vacina a partir do momento em que esta passar a estar disponível para administração nos centros de saúde e nas farmácias, escreve a mesma publicação.
A falta de vacinas para todos terá que ver com uma "procura maior" a que se assistiu este ano, muito devido ao surto do novo coronavírus no País. Embora o governo tenha comprado 2.08 milhões de vacinas — face a 1.5 milhões em 2019 —, não foi o suficiente.
"Tendo em conta os últimos anos, há pessoas que mesmo pertencendo a grupos de risco não aderem à vacinação conta a gripe. Este ano houve uma procura maior e também uma aquisição maior do Ministério da Saúde antecipando essa procura e que justificou a expectativa de que haveria vacinas para a procura estimada”, explica o gabinete de comunicação da Direção-Geral da Saúde (DGS), ao mesmo jornal.