Já é conhecida a lista dos grupos com prioridade na toma da vacina contra a COVID-19 em Portugal e, para muitos, é uma surpresa. Os idosos, por exemplo, não fazem parte dos primeiros grupos a quem vai ser administrada a vacina porque, avança ao "SIC", “nem as farmacêuticas nem a Agência Europeia do Medicamento apresentaram [para já] evidência suficiente sobre a eficácia da vacina neste grupo etário”.

As pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves, como insuficiência cardíaca, respiratória e renal, os funcionários e utentes de lares de idosos e os profissionais de saúde envolvidos na prestação directa de cuidados deverão ser os primeiros a ser vacinados contra a COVID-19, avança o "Público". Estes três grupo perfazem um total de 750 mil pessoas.

Nos grupos seguintes estão 45 mil elementos das forças de segurança e da protecção civil e também doentes crónicos entre os 50 e os 75 anos — o que inclui diabetes ou cancro — num total de mais três milhões de pessoas.

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Segundo o "Expresso", a proposta apresentada pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas provocou indignação, principalmente pelo facto de os idosos terem sido deixados fora da lista de prioridades. Alguns peritos consultados pediram até que a proposta fosse ignorada, “Jamais deveria ter sido apresentado, ali ou em parte alguma. É chocante que o grupo de risco mais referido surja no último lugar”, afirmou ao "Expresso" um deles, que mantém o anonimato.

Mas para estas conclusões, a Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 (CTVC), criada a 4 de novembro baseou-se na análise dos internamentos em cuidados intensivos e nos estudos que existem que apontam as doenças preexistentes associadas a casos mais graves da doença. Isto porque, a maioria dos internados têm entre 50 e 79 anos e as doenças renais e cardíacas, assim como a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), apresentam-se como as preexistentes associadas a casos mais graves de COVID-19.

O "Público" avança ainda, citando fonte da DGS, que ainda não estão decididos os locais onde a vacina vai ser administrada, mas tudo indica que aconteça nos centros de saúde.

A proposta vai ainda ser discutida por um grupo coordenado pelo ex-secretário de Estado da Saúde Francisco Ramos, e que está encarregada de delinear todo o plano da vacinação contra a COVID-19, nomeadamente o armazenamento, a distribuição, os locais de vacinação, e toda a estratégia de vacinação.