Arlindo Fagundes, célebre ilustrador português e nome de referência da área da banda desenhada e do cartoon, morreu esta quinta-feira, 9 de janeiro, em Braga. O artista, que ficou conhecido por ilustrar todos os livros da famosa coleção “Uma Aventura”, escrita por de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, foi vítima de uma doença prolongada, segundo o jornal “O Vilaverdense”, e morreu com 79 anos. A notícia foi avançada pela Editorial Caminho, através de um comunicado enviado às redações.

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O ilustrador, que foi também realizador de cinema, ceramista, autor de banda desenhada, professor, dirigente comunista e caricaturista, esteve exilado em França entre 1967 e 1974, onde acabou por tirar um curso de cinematografia em Paris, tendo regressado a Portugal no pós-25 de abril. Foi no ano seguinte, em 75, que se iniciou na cerâmica, onde produziu “os simpáticos e irónicos bonecos de barro que lhe deram notoriedade como artesão”, como se lê no comunicado. 

No entanto, aquilo pelo qual Arlindo Fagundes ficou mais conhecido foi pelas suas ilustrações em “Uma Aventura”, que vinham desde a primeira edição. Em 2023, ao site “Aveiro MAG”, o ilustrador disse não ter tido “consciência da responsabilidade” de aceitar o convite para fazer parte da coleção, e explicou que até nem se tinha aplicado muito nos primeiros desenhos. “Deixei a coisa correr durante demasiado tempo com menos preocupação do que a que devia ter tido. A minha profissão era a cerâmica e eu não estava disposto a trocá-la por nada. Fazia os desenhos fora de horas, por vezes, noite fora”, disse. 

Além destas ilustrações, outros dos seus trabalhos mais conhecidos são a personagem Pitanga, de banda desenhada, e o busto de António Variações, colocado em Fiscal, na terra natal do cantor português. As cerimónias fúnebres de Arlindo Fagundes irão realizar-se no próximo sábado, 11 de janeiro, no Crematório de Braga, e o ilustrador deixou viúva Maria Augusta de Abreu Lima Cruz, com quem tinha um filho, José Maria Fagundes.