Nuno Graciano foi esta terça-feira, 16 de março, apresentado oficialmente como candidato do Chega à Câmara Municipal de Lisboa. O anúncio aconteceu no exterior do Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, e o candidato de 52 anos começou por afirmar que defende a democracia, mas que a difere de "libertinagem".
"Liberdade não é a mesma coisa que libertinagem. A determinada altura, quando se colocam tantos entraves perante coisas que são tão óbvias e que chocam a sociedade, problemas que se prolongam durante anos e não nos levam a lado nenhum. Eu sou um democrata, acredito na democracia, defendo a democracia, mas não a libertinagem. São coisas completamente diferentes", começou por afirmar Nuno Graciano.
O antigo apresentador de 52 anos foi avançado como candidato do Chega à CML na passada sexta-feira, 12 de março, e esta terça-feira admitiu que a candidatura implicou várias conversas com os filhos sobre os alvos que estes se tornariam. "Nunca me passou pela cabeça que fosse desta forma. Na sexta-feira foi lançado o meu nome, eu ainda não abri a boca e neste momento os meus filhos e eu fomos tão martirizados que pergunto onde está a democracia neste País. Isto é que é a democracia?", questionou.
Na apresentação, André Ventura, líder do partido, referiu-se a Nuno Graciano como o "corajoso", que irá lutar "contra o politicamente correto", tal como escreve o jornal "Público". "Há aqui uma esquerda absolutamente doentia neste País que não nos permite falar. Que nos quer vergar, que não permite que nós digamos as nossas opiniões", acrescentou o candidato, referindo que nos últimos dias foram já várias as ameaças que recebeu, nomeadamente uma frase que circula nas redes sociais que diz "Graciano morto é Graciano bom".
"Que coisa tão simpática para um homem com 52 anos, pai de quatro filhos, que apenas se manifestou a favor de um partido e de um projeto para a capital do País. Que bela democracia que temos em Portugal, que em três dias passam a querer ver-me morto", disse ainda, afirmando que é no Chega que se sente em casa.
Nuno Graciano construiu a sua carreira como apresentador, mas afirma ter estado sempre ligado à política, nomeadamente em várias associações académicas que integrou. Estreou-se como apresentador na TVI, em 1994, no concurso "Queridos Inimigos". Conduziu programas na SIC como "Não Há Crise" ou "Contacto", e co-apresentou o programa "Manhã CM", da CMTV, até 2016, de onde saiu para fundar a marca de produtos regionais da serra da Estrela "Tio Careca".