Depois da tragédia de 7 de maio, dia em que o pai de Valentina Fonseca, 9 anos, participou o seu desaparecimento e que se sabe agora ter sido o dia do homicídio da criança, surgem novas notícias que dão conta de vários episódios de instabilidade e violência doméstica relacionados com o pai, Sandro, e a madrasta, Márcia, ambos a aguardar julgamento pela morte de Valentina em prisão preventiva.
Antes de se mudarem para a casa em Atouguia da Baleia, Peniche, onde ocorreu o homicídio de Valentina, Sandro e Márcia viveram alguns anos no bairro do Lapadusso, também em Peniche. Foi dessa casa que a menina, na altura com 8 anos, fugiu em abril do ano passado, sendo posteriormente encontrada pelas autoridades. Nas redondezas, todos conheciam Valentina, que muitas vezes ia ao pão sozinha, escreve o "Correio da Manhã".
Os vizinhos do bairro do Lapadusso relatam à mesma publicação que o casal acabou por ser expulso dessa primeira casa, depois da senhoria encontrar móveis partidos e sinais de destruição evidentes na habitação. Existiam também relatos de episódios de violência doméstica, e a proprietária convidou o casal a sair. Ambos mudaram-se para Atouguia da Baleia — embora para outra casa que não a atual — quando Márcia estava grávida, juntamente com os dois filhos mais velhos da madrasta de Valentina.
Nos meses que antecederam a tragédia, e durante a quarentena causada pela propagação do novo coronavírus em Portugal, Valentina viveu com o pai e com a madrasta numa segunda casa na mesma zona, mas dormiu sempre no sofá, apesar de existir um quarto sem ninguém, apenas com velharias e roupas usadas, de acordo com o "Correio da Manhã".
Atualmente, Sandro e Márcia aguardam julgamento pela morte da menina: o pai de Valentina está preso preventivamente numa prisão anexa à sede da Polícia Judiciária, em Lisboa, enquanto que a madrasta foi levada para a Prisão de Tires.