António Cunha, um pescador de 30 anos, fingia ser Eduardo Quaresma, jogador do Sporting, para abusar sexualmente das suas vítimas. Em causa estão 33 crimes contra 11 jovens, com idades compreendidas entre os 13 e os 24 anos, que resultaram numa pena de prisão e no pagamento de uns quantos milhares de euros às vítimas e ao Estado.
Utilizando perfis falsos nas redes sociais, António Cunha fazia-se passar pelo futebolista (ou por um empresário de jogadores) para atrair as vítimas. Com a promessa de encontros com outros atletas, o homem obtinha imagens de cariz sexual dos jovens, que prometia divulgar na Internet ou junto de familiares, caso estes se recusassem encontrar-se com ele, de acordo com o "Correio da Manhã".
Estes encontros resultavam em violações e na gravação de conteúdo sexual. Foi o caso de uma das vítimas, de 19 anos, que foi forçada a filmar-se em atos sexuais violentos, tendo sido, simultaneamente, obrigada a fornecer os acessos da sua conta no Instagram ao agressor – que, em alguns casos, ainda exigia dinheiro.
O arguido cometeu os crimes em várias zonas do País, como Porto, Braga, Maia, Santa Maria da Feira, Castelo de Paiva, Vila Nova de Gaia, Paços de Ferreira, Santo Tirso, Bombarral e Seixal, segundo a mesma publicação. Terá sido detido em 2022, encontrando-se em prisão preventiva desde então, altura em que a sua defesa tentou alegar que era impossível ter cometido estes crimes, uma vez que passava muito tempo no mar.
Estas afirmações foram desmentidas por outros pescadores, que apontaram que António Cunha vinha a terra diariamente. Durante o julgamento, o arguido não demonstrou qualquer réstia de remorso ou arrependimento, desvalorizando os crimes que cometeu.
O homem foi julgado no Tribunal de São João Novo, no Porto, que o condenou a 12 anos de prisão. Além disso, António Cunha terá de pagar ainda mais de 76 mil euros, dos quais 14 mil são para o Estado e o restante (62 mil euros) diz respeito a indemnizações para as vítimas do processo.