Aquele que foi o primeiro eco-resort em solo português é agora o epicentro de um imbróglio sem fim à vista. De acordo com o jornal ECO, 50 proprietários de casas de madeira receberam ordens de despejo. Estas notificações acontecem no momento em que a empresa espanhola Sunny Resorts se preparara para finalizar a compra do Zmar, que está em processo de insolvência desde março de 2021.

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O Zmar tem 270 casas de madeira, das quais 190 pertencem a proprietários privados. E foram 50 desses 190 que, em janeiro de 2023, receberam uma notificação para abandonar o espaço no prazo de 60 dias, avança ainda o ECO.

Os proprietários destas unidades não terão direito a qualquer indemnização porque, como já tinha sido noticiado pelo "Público", a maioria destas casas de madeira nunca foi legalizada, estando numa zona classificada como campismo

A empresa espanhola Sunny Resorts, que irá finalizar a compra, de acordo com o ECO, por 10 milhões de euros, tem ainda pela frente os pedidos de indemnização de 140 proprietários. Estes pedidos, na ordem de 30 mil euros cada, surgem no seguimento de os contratos de propriedade terem sido reconhecidos em tribunal.

Fechado desde 2021, ano em que foi declarada a insolvência da empresa que geria o resort, a Multiparques A Céu Aberto S.A, o eco resort tinha inicialmente fechado portas devido à pandemia da COVID-19. Em maio de 2021, o eco resort esteve no epicentro de mais uma polémica. O espaço foi requisitado pelo governo para realojar imigrantes que trabalhavam nas empresas de exploração agrícola da zona de Odemira. No entanto, e a após aprovação pelo Supremo Tribunal Administrativo de uma providência cautelar submetida pelos proprietários de casas, os mesmos trabalhadores foram depois retirados do Zmar e realojados pela autarquia.

Inaugurado em 2009, o Zmar recebeu prémios de inovação e sustentabilidade, tendo sido ainda cenário das gravações do filme "Morangos Com Açúcar", uma adaptação para o cinema da famosa série juvenil da TVI.