A vacinação contra a COVID-19 vai a ser reforçada em pessoas com mais de 80 anos e residentes em lares. A partir de segunda-feira, 16 de maio, estes utentes vão poder receber a quarta dose, ou segunda dose de reforço, tal como foi anunciado esta quinta-feira, 12 de maio, pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Além destes, crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos com “condições de imunossupressão” também serão convocados para "receber uma dose adicional de vacina contra a COVID-19", disse a DGS em comunicado.

À semelhança do que aconteceu anteriormente, para a nova fase de vacinação, as "pessoas com mais de 80 anos serão convocadas por agendamento local, através de SMS ou chamada telefónica" e as vacinas serão administradas, como tem sido habitual no contexto da COVID-19, nos centros de vacinação ou nos centros de saúde.

Testes rápidos à COVID-19 vão deixar de ser gratuitos. Saiba a partir de quando
Testes rápidos à COVID-19 vão deixar de ser gratuitos. Saiba a partir de quando
Ver artigo

A antecipação da dose de reforço está relacionada com o aumento de casos em Portugal, pelo que a Comissão Técnica de Vacinação Contra a COVID-19 (CTVC), da Direção-Geral da Saúde, "recomenda a vacinação com a segunda dose de reforço, com o objetivo de melhorar a proteção da população mais vulnerável, face ao atual aumento da incidência de casos de COVID-19 em Portugal", explica a DGS. A ideia da dose de reforço é evitar doença grave e a mortalidade, dado que “a vacina não evita complemente ter uma infeção", relembrou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, à Rádio Renascença.

Atualmente, em Portugal, o número de casos diários de infeção com COVID-19 chega quase aos 25 mil, o que pode levar o País a entrar numa sexta vaga da pandemia, para a qual terá contribuído o aumento de quase 50% do número de casos em apenas uma semana.

Na opinião do professor Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, existe o risco de Portugal chegar a uma situação semelhante a janeiro, com 50 e 60 mortes diárias. "Vamos ver se a proteção vacinal e a imunidade natural vão ser suficientes para parar esta onda ou se vamos ter mesmo a necessidade de aplicar medidas e dar um passo atrás", como a reposição de testes gratuitos e a obrigação do uso de máscara, disse ao "Diário de Notícias".

Quanto a este último ponto, Graça Freitas mantem-se cautelosa quanto ao avançar da medida. "Já aprendemos que tratar a pandemia é como tratar um doente: temos que adaptar a terapêutica à condição do doente e, portanto, já não dizemos nunca, nem sempre". Aconselha, no entanto, a usar sempre máscara em espaços fechados e sobretudo em ambientes com pessoas mais vulneráveis.

No que diz ainda respeito à vacinação, a diretora-geral da Saúde fala numa quinta dose somente para as pessoas mais velhas e vulneráveis a administrar no outono, dado que, como a gripe, o vírus que provoca a COVID-19 já mostrou ter "características sazonais".