Mulheres com idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos, casadas ou em união de facto, e com rendimentos mensais entre 500 e mil euros. É este o perfil dos jogadores portugueses que mais aderem a jogos de apostas a dinheiro e à raspadinha, traçado num novo estudo divulgado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), citado pelo "Diário de Notícias".
Os dados não deixam margem para dúvidas: das pessoas inquiridas nesta investigação, são as mulheres (56%) as que mais apostam na raspadinha, um dos jogos de maior sucesso da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que, só em 2019, rendeu 1.718 milhões de euros em receitas brutas, escreve o mesmo jornal.
A idade dos apostadores está compreendida entre os 35 e os 54 anos, sendo que a maioria está casada ou a viver em união de facto (60% das respostas). Dessa fatia, pelo menos 38% dos apostadores têm habilitações referentes ao segundo ou ao terceiro ciclo.
Enquanto 19% dos apostadores diz respeito a dirigentes ou empresários e outros 18% a operários, a maioria dos apostadores (47%) trabalha por conta de outrem. Mais: o perfil dos apostadores permite concluir que quem mais joga são as pessoas com rendimentos mensais entre 500 e mil euros. Metade dos jogadores ganha entre 500 e mil euros por mês, enquanto um terço recebe até 500 euros mensais.
Os jovens, no entanto, são os que menos demonstram interesse neste tipo de jogos. "Entre os jovens estudantes [com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos] e pessoas com habilitações de ensino superior e rendimentos mais elevados, é menos comum jogar a raspadinha", diz o SICAD, segundo cita o jornal "Expresso".
A seguir ao Euromilhões, a raspadinha é já o segundo jogo de dinheiro que mais adesão registou em Portugal, segundo dados do Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, citado pelo "Expresso".
E ainda que, da fatia de população que adere a este jogo a dinheiro, 96,5% diga respeito a jogadores recreativos, 2,5% diz respeito a jogadores abusivos e 1% a jogadores patológicos — que, além da raspadinha, participam noutro tipo de jogos a dinheiro.