João Rendeiro foi detido este sábado, 11 de dezembro, na sequência de uma ação conjunta da Polícia Judiciária com as autoridades sul-africanas. Em declarações ao País, o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, explicou na manhã deste sábado que o ex-banqueiro de 69 anos foi detetado a sair do Reino Unido a 14 de setembro e entrou na África do Sul a 18 do mesmo mês.
Aos jornalistas, o diretor nacional da Polícia Judiciária explicou ainda que o que levou à concretização da detenção não foram as declarações da mulher do ex-banqueiro, reforçando que durante este período João Rendeiro usou tecnologia da mais alta qualidade para fazer comunicações.
"João Rendeiro, jamais, em tempo algum, pretendia apresentar-se às autoridades. Fez tudo para conseguir ganhar tempo", salientou ainda Luís Neves. Ainda assim, o diretor nacional da Polícia Judiciária garantiu que, ao contrário do que já foi dito, há possibilidade de extradição. "Tudo faremos para que a justiça seja materializada nesta fase final", afirmou.
Segundo Luís Neves, a fuga de João Rendeiro foi preparada durante vários meses e o ex-banqueiro não esperava a detenção, tendo reagido "surpreso". O diretor nacional da PJ também salientou que João Rendeiro tinha muito cuidado com os passos que dava — sendo que, em entrevista à CNN Portugal a 22 de novembro, o ex-banqueiro assumiu que andava livremente pelas ruas.
"João Rendeiro dizer que não está fugido é patético, no mínimo", salientou Luís Neves. "São conhecidos vários locais e cidades onde ele andou a esconder-se para dificultar o cumprimento desta detenção (...) Não tinha disfarce, mas tinha muitos cuidados e não circulava livremente."
O ex-banqueiro será presente a tribunal nas próximas 48 horas para decidir as próximas medidas, que podem passar pela extradição para Portugal, como salientado pelo diretor nacional da Polícia Judiciária.
Rendeiro foi detido às 7h locais da África do Sul num hotel de luxo em Durban, a cerca de 600 quilómetros do Kruger Park, sabe a CNN Portugal.