Todos queremos ser felizes. Ou pelo menos é o que nós pensamos. Mas sabemos mesmo o que isso significa? Segundo Daniel Kahneman, vencedor do Prémio Nobel da Economia de 2002, não. Para o psicólogo, a maioria das pessoas não sabe sequer distinguir a felicidade da satisfação, conforme explicou no podcast "Conversations with Tyler".

E é essa incapacidade de distinguir as duas sensações que faz com que muitas pessoas estejam a caminhar na direção errada. Daniel Kahneman considera a felicidade como uma experiência momentânea que surge espontaneamente e que é passageira, enquanto que a satisfação é um sentimento a longo prazo, construído ao longo do tempo e baseado na conquista de objetivos.

No estudo realizado pelo psicólogo, mediu-se a felicidade do dia a dia e as experiências que fazem com que as pessoas se sintam bem, e concluiu-se  que o tempo passado com amigos é extremamente eficaz. E quem está focado nos objetivos a longo prazo e, portanto, na satisfação, não valoriza esse lado social.

Há pais que colocam os filhos saudáveis em contacto com crianças com varicela
Há pais que colocam os filhos saudáveis em contacto com crianças com varicela
Ver artigo

Já o dinheiro tem, segundo o mesmo estudo, uma grande influência na satisfação, enquanto que a felicidade só é afetada neste caso quando há falta do mesmo. Havendo dinheiro suficiente para cobrir todas as necessidades básicas, como casa e alimentação, há também felicidade. Ou seja, a riqueza não aumenta a felicidade.

Daniel Kahneman acredita que é tudo uma questão de memória. A satisfação é uma retrospetiva e, por isso, duradoura. A felicidade acontece em tempo real, é momentânea, e os sentimentos passam.

Esta conclusão ajuda também a perceber a cultura das redes sociais em que vivemos, em que se dá mais importância ao que se vai publicar e mostrar aos outros do que aproveitar de facto o momento. Os seguidores e o número de amigos são mais importantes do que passar tempo com as pessoas de quem gostamos.