A partir de janeiro de 2022, o "Inimigo Público" vai passar a fazer parte das páginas do jornal "Expresso". A notícia foi conhecida na manhã desta segunda-feira, 20 de dezembro, apenas três dias depois de o jornal "Público" ter feito saber, a 17, que, nesse dia, publicaria a última edição do suplemento satírico por ser "impossível garantir a sua estabilidade financeira" devido à "crise generalizada dos jornais impressos", que se "agravará drasticamente em 2022 com uma subida esperada de 40% do preço do papel".

Depois de 18 anos no jornal "Público", o "Inimigo Público" vai passar a integrar as páginas do jornal "Expresso" já a partir de janeiro do próximo ano.

À semelhança do que acontecia até aqui, vai manter-se a direção de Luís Pedro Nunes, assim como os redatores principais, Vitor Elias e Mário Botequilha. As ilustrações que tratam de acompanhar as notícias, que cruzam jornalismo e humor, serão da responsabilidade de Nuno Saraiva, enquanto Marco Neves ficará responsável pelo grafismo semanal.

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"2022 será um ano marcante para o 'Expresso' em matéria de humor", começa por dizer João Vieira Pieira, diretor do semanário, poucos dias depois de ter sido conhecido que Ricardo Araújo Pereira transitaria da "Visão" para o "Expresso", onde vai passar a assinar as suas crónicas humorísticas.

"Estamos a um ano de completar o 50.º aniversário, mas decidimos começar a comemorar com esta surpresa para os nossos leitores. A equipa do ‘Inimigo Público’ vai, com certeza, mostrar as grandes questões políticas do nosso País numa perspetiva singular”, continua Vieira Pereira, na mesma nota oficial enviada às redações. Luís Pedro Nunes, diretor do "Inimigo Público", diz que toda a equipa continua a esforçar-se "por dar aos leitores do 'Inimigo Público' os melhores suplementos".

"Inimigo Público" fazia parte do jornal "Público" há 18 anos

"Em 2022, os leitores poderão contar com um jornal formato berliner, uma revista com artigos grandes e grandes cronistas — um deles uma jóia de pessoa —, um suplemento de Economia com gráficos e cores e um saco reciclável que podem usar nas compras do hiper. Os leitores do 'Inimigo' têm tudo para estar confiantes com o que lhe vamos oferecer em termos de conteúdos extra nos próximos anos”, escreve Pedro Nunes no mesmo comunicado.

Este, que já era colunista do "Expresso" desde meados de 2008, vai manter a sua coluna de opinião na revista do semanário. O "Inimigo Público" vai estar, além disso, também no digital.

Lançado em 2003 pelas Produções Fictícias e pela Farol de Ideias, o "Inimigo Público" tinha há 18 anos uma ligação com o jornal "Público", que terminou a 17 de dezembro. Numa nota oficial, a direção editorial do jornal justificou a decisão.

"Sendo impossível garantir a sua sustentabilidade financeira, por falta de investimento publicitário, o 'Inimigo' teria, na nossa opinião, de se reinventar nos formatos do jornalismo digital. Uma opção que a equipa que o dirige não considerou por razões que consideramos legítimas e que, como tal, merecem a nossa compreensão", pode ler-se na mesma nota.