Ainda que Vitorino Silva, mais conhecido como Tino de Rans, tenha entregue as assinaturas necessárias para ser considerado candidato presidencial, está afastado dos debates televisivos organizados pela RTP, SIC e TVI que precedem as eleições — marcadas para 24 de janeiro.
A decisão, sabe-se agora, foi tomada entre as direções de informação das três estações antes de o candidato ter apresentado nove mil assinaturas — quando só precisava de 7.500 — para poder concorrer. Agora, no entanto, nenhuma das três estações está disponível para mudar o alinhamento dos seus debates televisivos. O argumento tem que ver com o facto de os debates acontecerem antes do período oficial de campanha (que durará entre 11 e 22 de janeiro), permitindo às direções aplicar um critério editorial que não se traduza num tratamento "absolutamente igualitário entre todas as candidaturas", escreve o "Diário de Notícias".
Isto significa que, nos frente-a-frente marcadas para o período entre 2 e 9 de janeiro, só estarão presentes os candidatos que, de alguma forma, tenham alguma ligação com os partidos representados na Assembleia da República. É este o critério que, segundo as direções das três estações, afasta Vitorino Silva dos encontros.
A notícia gerou o movimento #LetTinoDebate (expressão que pode ser traduzida para "Deixem o Tino debater", em português) no Twitter, utilizada por vários utilizadores que se manifestaram contra a exclusão de um candidato que, em 2016, conseguiu cerca de 152 mil votos — o correspondente a 3.28% — que lhe permitiu ficar apenas algumas décimas atrás de Edgar Silva, o candidato apoiado pelo PCP.
O único debate em que Tino de Rans poderá comparecer acontecerá a 12 de janeiro. Será organizado pela RTP e vai contar com todos os candidatos aceites e aprovados pelo Tribunal Constitucional — que está agora a avaliar todas as assinaturas para comprovar se todas respeitam as regras legais.