Depois de se saber que a família de Luís Montenegro detinha uma empresa, a Spinumviva, cuja principal atividade é a de consultoria (estando também envolvida em compra e venda de bens imobiliários), novos casos começaram a aparecer sobre o suposto envolvimento do primeiro-ministro em negócios imobiliários. Tanto é que, este sábado, 1 de março, Luís Montenegro vai falar com os portugueses para tentar encerrar esta questão. No entanto, há mais um assunto polémico que resultou desta situação: sabe-se agora que a família comprou dois imóveis a pronto por mais de 700 mil euros, e não se sabe de onde vem parte do dinheiro.
A notícia foi avançada pelo “Correio da Manhã”, que afirma que Luís Montenegro, a mulher e os filhos gastaram em menos um ano mais de 715 mil euros na compra de duas casas em Lisboa, sendo que toda a despesa foi paga a pronto pagamento. Os dois apartamentos T1 situam-se num prédio localizado na Travessa do Possolo, onde também vive o ex-presidente Cavaco Silva, sendo que um deles pertence ao primeiro-ministro e à mulher e o outro é propriedade dos filhos.
Na compra das casas e com os impostos, Luís Montenegro e a mulher pagaram 401,269€ e os filhos deram 313,854€ pela outra casa, dando então um total de 715,123€. No entanto, após ter comprado o T1 em novembro de 2024, o primeiro-ministro entregou à Entidade para a Transparência (EpT) uma alteração à sua declaração de rendimentos em dezembro, onde consta que “o seu património financeiro foi reduzido em 75,206 euros e passou a ter um crédito do BCP de 100 mil euros, cujo motivo de obtenção não é referido”, como explica o jornal.
Assim, feitas as contas, e admitindo que Luís Montenegro utilizou o crédito de 100 mil euros para pagar a casa e os impostos, ficando então com 175,206€, este valor não chega para pagar a casa e os impostos de 401,269€ referidos anteriormente. Isto faz com que exista um valor de pouco mais de 226 mil euros cuja origem é desconhecida, podendo dar a entender que vêm do negócio de família de consultoria e venda de imóveis. No entanto, Luís Montenegro não pode estar associado à empresa familiar, uma vez que é um conflito direto com a sua atual profissão, a de primeiro-ministro de Portugal.
O primeiro-ministro já fez parte da empresa, pelo menos até junho de 2022, altura em que cedeu as suas cotas à mulher para assumir a presidência do PSD, segundo a CNN Portugal. Algumas das empresas para as quais a família de Luís Montenegro faz consultoria são a Lda, o CLIP - Colégio Luso Internacional do Porto, a Rádio Popular, a Ferpinta e a Solverde, sendo que o atual primeiro-ministro chegou a exercer cargos remunerados nestas últimas três. Este sábado, 1 de março, por volta das 20 horas, Luís Montenegro vai falar ao País sobre todo o caso, e poderá estar em causa o futuro do Governo.