Meng Wanzhou, vice-presidente da Huawei, passou cerca dez dias na prisão em dezembro de 2018. Foi libertada por 7,5 milhões de dólares (6,9 milhões de euros) e está desde então a viver em regime de prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, numa das suas duas casas milionárias (avaliada em dez milhões de euros) em Vancouver, no Canadá. A mulher foi presa a pedido das autoridades americanas sob acusação de fraude bancária nos Estados Unidos e por alegadamente ter violado as sanções impostas pelas autoridades norte-americanas contra o Irão.
A forma como Meng Wanzhou se apresentou na última audiência no tribunal deu que falar. Acompanhada pelos seus advogados, a filha do fundador da tecnológica chinesa chegou em bom: usava um vestido preto, com golas em bico e bordadas em branco e com uns chamativos stilettos pretos, adornados com detalhes brilhantes, quase a fazer conjunto com a pulseira eletrónica que carrega num dos tornozelos.
Segundo o El País, na audiência perante a juíza, Heather Holmes da Suprema Corte da Colúmbia Britânica, os advogados de Meng solicitaram mais informações acerca da detenção pelas autoridades do Canadá a pedido dos Estados Unidos quando a arguida fez escala em Vancouver a caminho do México. A defesa da diretora financeira da Huawei afirmou num documento apresentado à suprema corte, que pretendem impedir a extradição de Meng do Canadá para os Estados Unidos.
Com base nas declarações de Donald Trump, os advogados alegam que os Estados Unidos estão a usar a vice-presidente para obter ganhos económicos e políticos. Após a detenção, o presidente norte-americano disse à Reuteurs que iria intervir com o departamento de justiça dos EUA contra a executiva de telecomunicações chinesa, caso isso o ajudasse a garantir um acordo comercial com a China. Consequentemente, este caso terá prejudicado algumas relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos. Após a detenção da diretora da Huawei no Canadá, a China respondeu com a detenção de dois cidadãos canadianos.
Meng afirma que está inocente e o seu advogado, Scott Fenton, sustenta que não há provas de que a vice-presidente da Huawei tenha mentido sobre uma filial da empresa para poder aceder ao mercado iraniano violando sanções norte-americanas.
A próxima audiência de Meng está agendada para janeiro de 2020. O caso poderá levar vários meses — ou até anos — a ficar concluído.