Para muita gente, as conferências, onde estão presentes alguns dos maiores empreendedores e diretores de empresas do mundo, são o que de melhor há para ver na Web Summit, mas há muito mais mundo para lá das palestras. A MAGG andou a circular pelos vários pavilhões à procura do que de mais criativo está a acontecer. E no terceiro dia, estas foram as cinco ideias que mais se destacaram.
Happy — a aplicação que previne o cancro
Nunca é possível prevenir o cancro a 100%, mas há formas de ajudar a fazê-lo. Com a app Happy, a prevenção é feita através de uma mudança personalizada no estilo de vida do utilizador. Só é preciso inscrever-se, identificar o estilo de vida atual (se fuma, se bebe, se faz exercício, etc.) e, a partir daí, é feito um plano dos hábitos que a pessoa deve ter para prevenir determinadas doenças e vão sendo enviadas mensagens diárias aos utilizadores com uma espécie de lembrete. Através do GPD, a app identifica ainda a sua localização, para personalizar ainda mais os lembretes. Por exemplo, se a app reconhecer que está na praia ao meio-dia, irá avisá-lo para ir para a sombra. O utilizador pode ainda ir vendo o seu "happyscore", que vai de 0 a 150 (sendo 150 o melhor), para perceber se os seus novos hábitos estão a ser benéficos ou se não está a cumprir aquilo que a app lhe vai recomendando.
Timeshifter ou como evitar o jetlag
Uma colaboração entre esta startup, a NASA e a Harvard Medical School levou à criação da aplicação mais adorada por quem viaja muito. Desta colaboração, surgiu um algoritmo que ajudava os astronautas a eliminar o jetlag, para que pudessem executar o seu trabalho de uma forma mais segura, e que agora foi transformado numa app que pode ser utilizada por qualquer pessoa. A Timeshifter foi lançada há cinco meses, conta já com cerca de 30 mil utilizadores e consiste num plano que é criado para cada pessoa. O utilizador só tem que colocar o horário do voo e responder a algumas perguntas, como se é uma pessoa que gosta mais das manhãs ou das noites, por exemplo, e, a partir daí, é feito um plano em que avisa quando é que precisa de cafeína ou deve evitá-la, quando deve estar exposto à luz ou não, entre outros fatores que interferem com o jetlag. Segundo os fundadores, com a app, o jetlag passa quatro vezes mais rápido do que sem ela.
A Nina denuncia o assédio nos transportes públicos
Para muitas mulheres no Brasil, andar de transportes públicos significa ser assediada. Só em 2017, foram assediadas 52 milhões de mulheres no Brasil e apenas 11% destas reportaram a situação. E foi a pensar nisso que Simony César criou a Nina. Uma api que pode ser integrada numa app de transportes, como um Uber, por exemplo, para que caso a pessoa, homem ou mulher, sofra de assédio, possa automaticamente denunciar ao carregar num botão. Esta denúncia é vista pela Nina e pela empresa de transportes em questão. A ideia é essencialmente incentivar as pessoas a reportar estes casos, criar consequências para quem assedia e ainda poder identificar as zonas onde os assédios são mais recorrentes e também os horários. O projeto fica pronto na próxima semana e pretende chegar a Portugal em breve.
Bello: uma viagem de bicicleta mais segura para todos
A ideia vem de Amesterdão, onde andar de bicicleta é tão natural quanto respirar, mas é pensada para ser usada principalmente em sítios onde possa haver mais constrangimentos. A app Bello apela à segurança e leva as pessoas que andam de bicicleta a poderem identificar na app os melhores caminhos, a qualidade de determinadas estradas, se uma ciclovia tem algum problema, está fechada ou se por acaso termina de repente, de forma a que quem consulte a app, possa ter uma viagem menos atribulada, mais segura e rápida. É uma partilha entre a comunidade de ciclistas (não profissionais) em que se ajudam mutuamente a manter seguros a estrada. Através do algoritmo, a Bello consegue melhorar o trajeto dos seus utilizadores, por exemplo do trabalho para casa, dando sugestões dos melhores caminhos.
Airway Bill — a app para quem quer ganhar um dinheiro extra enquanto viaja
Quantas vezes queremos comprar uma coisa que não existe em Portugal, ou que não é entregue no nosso país em compras online, e acabamos por ficar dependentes de alguém conhecido que vá a esse destino para nos trazer o que queremos? Várias. Foi nisso que Khaled Sehly, de Madrid, pensou quando criou a app Airway Bill. Através dessa plataforma, o utilizador que quer, por exemplo, comprar um relógio que só há numa determinada loja, nos Estados Unidos, faz o pedido na app, e depois é identificado um "estafeta" que está nesse local e que está disponível para ir comprar o produto e para levá-lo até à pessoa. Isto tem um custo extra de 10% para quem compra o produto e 8% desses 10 vai para o "estafeta". Os restantes 2% ficam para a empresa. O pagamento só é feito no momento em que o utilizador recebe a encomenda em mãos, e aí o valor é retirado através do cartão de crédito. É uma forma de, para uns, conseguir aquele produto que tanto queriam, e, para outros, fazer dinheiro, numa viagem que já tinham marcada.