É provável que, daqui a uns anos, possa começar a despedir-se das tintas de cabelo e a recuperar os rios de dinheiro que gastava em cabeleireiros para disfarçar os cabelos brancos. Sim, porque os cientistas estão cada vez mais perto de descobrir uma forma de reverter este processo, de acordo com o "Daily Mail".

Mas vamos por partes. A explicação por trás dos fios brancos assenta na melanina (ou na falta dela). Este é o mesmo pigmento que dá cor à nossa pele, dividindo-se em dois tipos: a eumelanina, que confere os tons castanhos ou pretos, e a feomelanina, que dá a coloração amarela ou avermelhada.

Já os fios acinzentados ou brancos têm menos ou nenhuma melanina, respetivamente, e isto pode acontecer devido a certas condições de saúde. É o caso do défice de vitamina B12, distúrbios da tiróide, vitiligo, alopecia ou calvície. Mas, na verdade, a causa mais comum prende-se com a genética.

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Isto é, à medida que envelhecemos, há um grupo de células, as células estaminais, que param de se mover entre as diferentes partes constituintes do folículo capilar, impedindo que se transformem em agentes pigmentantes. É exatamente este grupo que está na origem do estudo da Grossman School of Medicine, da Universidade de Nova Iorque, Estados Unidos, de acordo com a publicação britânica.

Segundo os investigadores, a capacidade de estas células se moverem vai diminuindo ao longo da vida – e a percentagem de células que perdem essa capacidade subiu de 15%, em cabelos jovens, para mais de metade, no público mais velho. Assim, proporcionalmente à diminuição da mobilidade das células, a falta de coloração do cabelo aumenta. Mas há a possibilidade de reverter esse processo.

O plano passa por arranjar mecanismos que restaurem a mobilidade das células, que já estão a ser estudados. E, se isso não for possível, o plano secundário seria movê-las manualmente entre as diferentes partes do folículo, para que voltassem a estar expostas a certas proteínas e permitindo que o cabelo não perdesse a coloração.

Se ainda faltam muito para chegaram a uma conclusão? Isso não é certo. Mas o facto de os cientistas terem encontrado nestas células uma potencial cura já é motivo suficiente para ter esperança.