António Raminhos deixou o humor de lado e recorreu, mais uma vez, à rede social Instagram para falar sobre os medos que o assombram há vários anos. "Sexta foi provavelmente um dos dias mais tristes da minha vida em relação a ansiedade e ao transtorno obsessivo compulsivo. Fiquei frente a frente a um dos meus maiores medos, dos meus maiores “e ses”.", começou por dizer o humorista na publicação que partilhou há dois dias no Instagram.
Em 2017, António Raminhos, aproveitou a ida ao programa Alta Definição, da SIC, para partilhar, pela primeira vez, que sofria de Transtorno Obsessivo Compulsivo. Desde esse momento, o assunto deixou de ser tabu e o humorista tenta, através das suas vivências, ajudar pessoas que passam pelo mesmo. Tem vindo a relatar, através de vídeos e publicações, alguns dos seus piores episódios de ataques de ansiedade, referindo sempre a importância de recorrer a ajuda externa para lidar com problemas deste género. António Raminhos encontrou na psicoterapia a ajuda de que precisa para lidar com este problema.
"É mais fácil ignorar a depressão, a ansiedade ou outro tipo de transtorno porque é mental", assumiu o humorista na entrevista que deu à MAGG em junho deste ano.
Raminhos já falou várias vezes sobre a importância de pedir ajudar e, na sequência da morte recente de Pedro Lima, deixou um grande texto de sensibilização nesse sentido. "Ninguém sabe aquilo que nos vai na cabeça. "E, muitas vezes, não partilhamos por medo, dor, porque achamos que ninguém vai compreender.", escreveu na altura. "Falem, contem e, SOBRETUDO, procurem ajuda. Entre o céu e a terra há muita gente que compreende o nosso caminho.", acrescentou.
Apesar de todos os esforços que tem vindo a fazer, esta sexta-feira, 4 de setembro, António Raminhos viveu "um dos dias mais tristes" da sua vida."A minha mulher, que me viu, diz que não parecia eu. Estava assustado, desorientado. Naquele momento morri. Estava condenado à morte e sem futuro. Sem saber o que fazer.", revelou na publicação referindo que se continua a sentir "triste", "abandonado","revoltado"e "vazio" sempre que passa por momentos destes.
Apesar de todo o sofrimento por que passou, decidiu não se entregar à dor. "Cada dia é uma hipótese de respirar fundo… E por isso, por muito que me apetecesse estar fechado e isolado ou internado para que tomassem conta de mim… resolvi ir passear no fim-de-semana", revelou.
O humorista tentou mais uma vez, através da sua história, ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo, referindo a importância da ajuda exterior nestes casos. "Escrevi este post para que não se fechem nos vossos medos. Para que compreendam que há dores que só nós conhecemos, mas que podem ser partilhadas por muitos nas suas mais variadas formas e feitios.". "Todos somos estranhos até perceber que isso é normal", rematou.