Algumas celebridades ainda fazem milhares de euros em publicidade com as publicações nos blogues que criaram, outros morreram logo à nascença. Manter uma página na internet com conteúdos diários exige esforço e, muitas vezes, não é possível fazê-lo enquanto se tem um trabalho a tempo inteiro.
O público acaba por estar mais ligado às redes sociais do que aos blogues, pois consegue criar maior proximidade com o ídolo e ver conteúdo mais frequente. Portanto, existe uma prevalência da imagem e vídeo sobre o texto. Mas ainda há quem continue a alimentar páginas na internet e a levar conteúdos aos fãs nesta plataforma.
"Atualmente, os criadores de conteúdo optam pelas redes sociais e pelo vídeo. A realidade é que aqueles que mantêm os seus blogs ativos, com conteúdos regulares e criativos, continuam a ter um sucesso fenomenal", garante Marco Gouveia, consultor de marketing digital.
É o caso dos blogues Daily Cristina, de Cristina Ferreira, Eu, Cláudio, de Cláudio Ramos, ou O Nosso T2, de Tânia Ribas de Oliveira. Apesar de os blogues destes famosos já não serem o que eram, continuam a ser atualizados com alguma regularidade. Mas, se chegavam a ter milhões de visualizações, agora não passam dos milhares.
"Não acredito que tenha sido a prevalência da imagem e do vídeo que determinou a 'morte' de alguns blogues, mas sim a falta de sensibilização sobre a importância de ter um blogue online e o desconhecimento sobre as possibilidades que estes oferecem ao nível dos conteúdos", frisa o especialista.
Quanto aos blogues que morreram à nascença, alguns já nem estão disponíveis na internet. É o exemplo de A Vida Toda, de Carolina Deslandes, Zoom In, de Marta Cardoso, ou Hyndia TV, o vlog de Rita Pereira. Muitos projetos resultam de parcerias que, a dada altura, chegam ao fim.
Se em 2020 ainda faz sentido ter um blogue? Talvez, mas com conteúdos especializados. "Quando uma pessoa faz uma pesquisa no Google sobre determinado tópico é porque está, efetivamente, interessada em saber mais sobre esse assunto", garante Marco Gouveia.
Blogues de receitas, viagens, estilo de vida ou só mesmo de momentos das celebridades. "Queremos identificar-nos, sentir-nos parte de uma comunidade constituída por pessoas 'reais' e que nos inspirem, e os influenciadores são chaves-mestras nisso", refere Marco Gouveia, que lançou recentemente a Influenza, agência de marketing de influência que visa aproximar marcas e influenciadores digitais.