O escândalo financeiro que envolve o sobrinho de Pedro Santana Lopes e filho de Paulo Santana Lopes foi comentado na rubrica “Crónica Criminal” do programa “Dois às 10”, da TVI, na manhã de sexta-feira, 14 de março, na qual foi revelado que Manuel Santana Lopes poderá ter cometido dois crimes: o de abuso de confiança e o de burla. 

O ex-chefe de operações da Notable, a agência que representa figuras como Cristina Ferreira, Rita Pereira ou Pedro Teixeira, desviou cerca de 300 mil euros da empresa que deveriam ter sido pagos a Carolina Patrocínio e a Tiago Teotónio Pereira. Para isso, usava um mail falso com o nome do marido da apresentadora da SIC, Gonçalo Uva, para contactar diretamente as marcas e, assim, receber os pagamentos diretamente. 

Manuel Santana Lopes usava um mail falso com o nome do marido de Carolina Patrocínio para desviar dinheiro
Manuel Santana Lopes usava um mail falso com o nome do marido de Carolina Patrocínio para desviar dinheiro
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Durante a rubrica, Cristina Ferreira revelou que Manuel Santana Lopes é das pessoas mais profissionais que já conheceu e que seria a “última pessoa” que tanto ela como outras pessoas que trabalharam com Manuel Santana Lopes diriam que faria algo deste género. A apresentadora, também agenciada da empresa em questão, revelou que o “choro e o choque” estão presentes no meio de quem o conhece. 

Paulo Santos, inspetor da PJ, advogado e comentador da rubrica, revelou que “do ponto de vista do crime económico” o facto de ser um profissional exemplar e de confiança “faz parte do perfil do criminoso do colarinho branco”. 

Os comentadores salientaram ainda que o dinheiro foi desviado à empresa e não diretamente aos agenciados, o que faz da Notable a principal lesada. 

Acerca do motivo que possa ter levado Manuel Santana Lopes a cometer os crimes, os comentadores levantam hipóteses como “dívidas de jogo ou de consumos, relacionado a adições”.  

Cristina Ferreira revelou ainda ter enviado uma mensagem de apoio a Manuel Santana Lopes por ter conhecido o seu “lado bom”, avançando ainda que Pedro Teixeira terá feito o mesmo. 

"O ex-colaborador visado reconheceu o sucedido e cessou imediatamente funções na empresa. A Notable. mandatou os seus advogados para, através dos meios jurídicos adequados, assegurarem o ressarcimento da empresa o exercício dos seus demais direitos", pode ler-se no comunicado da agência chefiada por Inês Mendes da Silva. 

Também Carolina Patrocínio se pronunciou, referindo que "sermos enganados por quem nos é próximo e tem a nossa confiança é ser roubado duas vezes. E dói duas vezes mais".