Quase cinco anos depois da morte de Diego Armando Maradona, o ídolo argentino volta ao centro das atenções agora nos corredores do tribunal de San Isidro, em Buenos Aires. Entre as testemunhas, Dalma Maradona, filha mais velha do craque, prestou um dos depoimentos mais emocionantes e chocantes do processo.

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Criticando a equipa médica responsável pela assistência ao seu pai, Dalma — uma das duas filhas resultantes da relação de Maradona com Claudia Villafañe —, admitiu que a casa onde o ex-futebolista morreu não oferecia as condições que os profissionais clínicos tinham prometido quando decidiram interná-lo no domicílio e não num centro hospitalar.

"Era uma casa nojenta, cheirava a urina", disse Dalma. A descrição é perturbadorasem luz natural, sem higiene e com um ambiente descrito como impróprio para qualquer tipo de recuperação. 

Dalma ainda lamentou ter confiado na palavra no neurocirurgião Leopoldo Luque, que, na sequência de uma operação a um hematoma na cabeça, não terá cumprido a hospitalização domiciliária prometida ao antigo futebolista, sendo apontado como uma das pessoas que dificultaram o contacto do paciente com a sua família.

As críticas não se ficaram por aí. Víctor Stinfale, advogado e amigo pessoal de Maradona, apontou diretamente o dedo a Leopoldo Luque e à equipa médica: “Estavam mais preocupados com os vícios dele do que com o coração”.

Diego Maradona morreu a 25 de novembro de 2020, vítima de uma crise cardiorrespiratória, numa cama médica numa residência privada em Tigre, a norte de Buenos Aires, onde recuperava de uma neurocirurgia a um hematoma na cabeça. Os sete arguidos, entre os quais o médico pessoal do antigo futebolista, Leopoldo Luque, enfrentam penas de 8 a 25 anos de prisão.

O julgamento começou em 11 de março e deverá prolongar-se até julho, tendo duas audiências agendadas por semana e quase 120 testemunhas esperadas, sendo que negam responsabilidades pela morte do antigo futebolista.