A African Parks, uma fundação para a conservação da vida selvagem sem fins lucrativos de cuja direção o príncipe Harry faz parte, está sob investigação. Em causa estão as alegações chocantes dos indígenas, que alegam ter sido violados e torturados na República do Congo.

A notícia foi divulgada pelo "Daily Mail", que entrevistou um homem que diz ter sido amarrado e espancado com um chicote, no Parque Nacional Odzala-Kokoua, na República do Congo, onde os indígenas do povo Baka residem. Estas agressões terão sido levadas a cabo pelos guardas da fundação, que são geridos e pagos pela mesma.

No entanto, este não será o único indivíduo a ter sido agredido. Um ativista contou à publicação britânica que um homem morreu depois de ter sido espancado, amarrado e de não ter recebido tratamento para curar os seus ferimentos. A par disto, outra mulher contou ter sido violada por um guarda armado enquanto se agarrava ao seu bebé recém-nascido e um adolescente afirmou ter sido aliciado a ter sexo com outro guarda a troco de dinheiro.

A publicação britânica avança ainda que os médicos da fundação poderão estar a ser pagos para encobrir os abusos. Estas revelações perturbadoras, combinadas com a destruição de uma cultura tradicional e o empobrecimento dos povos indígenas, surgem na mesma altura em que o duque de Sussex está a promover a sua missão global como defensor da justiça social e da igualdade.

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O príncipe Harry, que já foi presidente da African Parks, que gere 22 áreas protegidas em 12 países, e que agora é membro do conselho de administração, terá exigido ao atual CEO, Peter Fearnhead, para tomar medidas. Neste sentido, a fundação afirmou que já está a levar a cabo uma investigação.

"Estamos cientes das graves alegações relativas a abusos dos direitos humanos cometidos por guardas contra a população local que vive nas imediações do parque nacional de Odzala-Kokoua, na República do Congo, que foram recentemente objeto de atenção por parte dos meios de comunicação social", lê-se num comunicado da African Parks, citado pelo "Daily Mail".

"Encorajamos qualquer pessoa que tenha conhecimento de quaisquer abusos a denunciá-los a nós ou às autoridades congolesas responsáveis pela aplicação da lei, que ajudarão na investigação e garantirão que os autores de quaisquer abusos sejam levados à justiça", continua a missiva, que acusa a Survival International, uma organização não-governamental que defende os direitos dos povos indígenas, pela falta de cooperação.

A African Parks foi fundada em 2000 para proteger os parques nacionais de África e promover a conservação da vida selvagem nesse mesmo continente, bem como em todo o mundo. A fundação gere mais de 20 milhões de hectares de áreas protegidas e, em 2016, começou a trabalhar com o príncipe Harry, que se tornou presidente da mesma no ano seguinte. Em 2023, o duque de Sussex deixou o cargo e passou a ser apenas um membro do conselho de administração.