Charles Spencer, o irmão mais novo da princesa Diana, que morreu em agosto de 1997, revelou no seu livro de memórias “A Very Private School”, lançado esta terça-feira, 12 de março, ter sido abusado sexualmente aos 11 anos, quando frequentava o colégio interno Maidwell Hall, em Northampton, na Inglaterra.
Os abusos e as agressões, que terão sido realizados por uma funcionária com "19 ou 20 anos" do estabelecimento de ensino nos anos 70, deixaram Charles Spencer com “demónios” para o resto da vida.
"A minha compreensão de sexo, então, era bastante normal para um menino de 11 anos. Eu estava curioso, mas não sabia, e deveria ter permanecido assim por mais algum tempo. Em vez disso, a minha inocência foi levada para um rumo diferente, onde a confusão, a vergonha e a dúvida surgiram das sombras. Sem saber que tal crime existia, não tinha ideia de que tinha sido vítima de abuso sexual", começou por dizer.
“Parecia haver uma hierarquia não oficial entre as suas presas. Aprendemos, nas nossas conversas secretas, que ela escolhia um rapaz a cada período para compartilhar a sua cama e o usaria para relações sexuais”, pode ler-se num excerto do livro citado pelo “Daily Mail”.
"Enquanto nos beijávamos, uma noite, ela enfiou a mão debaixo da minha roupa de cama, passando os dedos em provocação, fazendo círculos pela minha barriga até pousar no pouco que um menino de 11 anos consegue reunir. A primeira vez que ela me tocou ali, ela colocou minha mão nos seus seios, e eu pude sentir o seu coração a bater forte", detalhou.
O irmão da princesa Diana também partilhou que foi espancado com os espigões de uma bola de críquete por um dos professores da escola. Isto, aliado aos abusos, faz com que Charles Spencer descreva o que viveu como “uma experiência absolutamente infernal”.
“Testemunhei frequentemente uma dor profunda, ainda cintilante nos olhos dos meus contemporâneos de Maidwell. Muitos de nós deixámos Maidwell com demónios cosidos nas costuras das nossas almas”, escreveu.
Numa entrevista que Charles deu esta segunda-feira, 11 de março, ao “Lorraine”, um programa da ITV, assumiu que perdeu a virgindade com 12 anos de idade. “Não houve alegria no ato, não houve sensação de chegada, não houve passagem à idade adulta. Acredito agora que estava simplesmente a completar o processo iniciado pela atenção pervertida da assistente da matrona”, disse.
O colégio interno Maidwell Hall, face a estas revelações, emitiu um comunicado, em que lamenta os acontecimentos negativos que Charles lá viveu. “É difícil ler sobre práticas que, infelizmente, eram por vezes consideradas normais e aceitáveis na altura. Atualmente, no domínio da educação, quase todas as facetas da vida escolar evoluíram significativamente desde a década de 1970. No centro das mudanças está a proteção das crianças e a promoção do seu bem-estar”, afirmaram, segundo a “Hello!”. O estabelecimento de ensino esclareceu também que, até ao momento, não recebeu mais queixas de ex-alunos.