Laura Braz faz parte dos 100 jurados do "All Together Now", da TVI, e, aos 74 anos, confessa que é uma pessoa realizada. Em entrevista à MAGG, a atriz e influenciadora digital revela como surgiu o convite para o novo formato conduzido por Cristina Ferreira e conta como foi a participação no elenco de "Terra Brava", da SIC.
Na hora de falar sobre o programa de talentos da estação de Queluz de Baixo, Laura não hesita em destacar o cenário "majestoso" que, por vezes, pode "intimidar" os concorrentes que sobem ao palco da Altice Arena. "Emocionei-me muitas vezes com a atuação de alguns concorrentes. Mas também ri em alguns momentos", começa por contar a jurada.
No entanto, e apesar de revelar que existe grande "cumplicidade" entre os 100 elementos do júri, recorda o momento em que houve desacordo entre todos. "Houve um dos programas que achei complicado, em que os jurados entraram em discórdia e eu até compreendi a opinião da Gisela [João, a presidente do júri]", diz, referindo-se aos comentários polémicos de Gisela João e Rita Pereira sobre a performance de Gabriel Gomes.
Ainda assim, descreve toda a experiência como "única" e "fantástica". O convite surgiu de forma inesperada e revela como a equipa do "All Together Now" a abordou para fazer parte do programa: "Recebi uma mensagem sobre o projeto e quis ter conhecimento do que se tratava. Disseram-me que viram um vídeo meu no Canal Q e acharam que o meu perfil se enquadrava no programa", conta à MAGG a influenciadora digital.
O "bichinho" da representação
Durante 36 anos, Laura foi professora de Língua Portuguesa e confessa que o "bichinho" da representação esteve sempre vivo. Por isso, criou uma oficina de teatro na escola e fez vários cursos e estágios. "Antes de ser professora, tinha o sonho de ser atriz e, na altura, os pais não consentiam uma coisa dessas", recorda a agora atriz, acrescentando que, à época, os seus pais desejavam que se formasse na universidade.
Quando se aposentou do ensino, colocou em marcha o seu objetivo e foi na novela "A Única Mulher" que se estreou na figuração especial. Seguiram-se outras participações na ficção nacional, como "Alma e Coração" ou "Terra Brava". Mas foi nesta última que Laura teve um papel com maior destaque, ao interpretar uma beata que se metia em todos os assuntos que a ela não diziam respeito.
"A Arlete tinha um grupinho com a Mercedes e a Prazeres. Eram umas beatinhas que andavam sempre à cuca de tudo o que suscitasse curiosidade naquela terra. A bem dizer, eram as três umas grandes cuscuvilheiras", conta a intérprete à MAGG, que recorda o bom ambiente com as atrizes Noémia Costa e Isabel Ruth.
Da reforma para o Facebook
Com uma presença forte nas redes sociais, Laura confessa que descobriu o mundo da internet depois de dedicar a vida ao ensino. "As redes sociais entraram de forma natural e deram uma grande volta à minha vida", diz, acrescentando ainda que é "ciente" das vantagens e desvantagens que a exposição pode ter.
"Até agora, nunca tive críticas que me fizessem desistir das redes sociais. Acredito que passo uma imagem muito positiva e há jovens que me dizem que, quando tiverem a minha idade, querem ser como eu", atira, deixando escapar algumas gargalhadas.
Aos 74 anos sente-se ainda uma pessoa jovem e quer abraçar novos papéis na ficção nacional, tais como ser a vilã que afeta todo o enredo. Para já, tem aproveitado para se dedicar a caminhadas, leituras e ver séries na Netflix. "Começo o meu dia com uma caminhada, vou às compras, faço pintura e quando posso gosto de sair de casa e ler numa esplanada", conta.
Com três filhos, seis netos e uma bisneta, todo o tempo é contado na vida da atriz e, em altura de pandemia da COVID-19, lamenta ter de estar mais distante da família. Laura reside em Albufeira, no Algarve, e umas das filhas vive no Canadá. Ainda assim, confessa que a cultura e os projetos nos quais se envolve a preenchem.
"Adoro ler biografias históricas e agora até a Netflix me deixou rendida, estou completamente apaixonada pela série 'The Crown'. Por vezes, quando estou há várias horas a ver a série, penso que tenho de me levantar e fazer outras coisas", afirma.