Miguel Costa, de 44 anos, acaba de lançar uma rubrica nas suas redes sociais com o objetivo de divulgar ofertas de emprego para aqueles que têm sido mais afetados pela pandemia da COVID-19. Em entrevista à MAGG, o ator e apresentador explica como surgiu a ideia e conta como têm sido os primeiros meses como repórter do "Alô Portugal", da SIC.
#AlertaEmprego é o nome da iniciativa, que consiste na partilha de stories no Instagram do rosto da estação de Paço de Arcos com oportunidades de trabalho. "Comecei a ver à minha volta pessoas com dificuldade em encontrar emprego, por isso criei este elo de ligação entre os empregadores e quem procura trabalho", começa por dizer.
Mas como é que tudo funciona? É simples, mas exaustivo. Miguel é o responsável por procurar as propostas, divulgá-las e pretende também que a certo ponto sejam os empregadores a enviar-lhe as informações. "Há pouco, recebi uma proposta de um amigo que abriu um restaurante e vou partilhar as ofertas de emprego para quem precise", afirma, dando um exemplo mais específico.
Nas stories que o repórter da SIC partilha, surge também uma ligação para que aqueles que o seguem no Instagram possam ter acesso a toda a informação da oferta de emprego. O que Miguel não quer é que muitos passem por aquilo que passou no primeiro confinamento.
"No primeiro confinamento, eu próprio tive dificuldades. De um dia para o outro, fiquei sem trabalho. Tinha um espetáculo de teatro que acabou devido à pandemia", recorda.
Miguel Costa tem percorrido o País em reportagem
Desde janeiro deste ano que Miguel Costa é repórter no "Alô Portugal", da SIC, e percorre o País à procura de histórias de diferentes regiões para mostrar aos telespetadores. "O convite foi feito pelo Daniel Oliveira [diretor de programas da SIC] e divirto-me muito no programa. Mostramos as atividades que têm sido mais afetadas com a pandemia, como a cultura e o turismo", frisa.
Para além disso, o ator esclarece ainda que não colocou de lado a representação. Neste momento, está já a ensaiar uma peça de teatro com encenação de Miguel Loureiro. "'A Loucura do Dia' vai ser o meu primeiro monólogo, mas neste momento ainda não temos data e o espaço ainda poderá mudar", conta o ator à MAGG, mostrando-se preocupado com os efeitos da pandemia da COVID-19 na área da cultura.
"Vejo as consequências da pandemia de uma forma muito preocupada porque sofri na pele. Não existe um estatuto digno nem existe a preocupação de o criar. Os apoios não estão minimamente ajustados às necessidades. A dignidade humana não tem preço", afirmou, quando questionado sobre as repercussões da pandemia na cultura.
Se tivesse de escolher qual o papel que mais gostou de interpretar, o ator não consegue escolher. Mas destaca Adolfo, personagem a que deu vida na novela "Nazaré", da estação de Paço de Arcos, mas diz ter dito muito gozo na série "Liberdade 21", da RTP, em que interpretou Bruno Saraiva, um recém-licenciado em direito.
Para os jovens que começam agora a dar os primeiros passos no mundo da representação, o intérprete deixa alguns conselhos: "Que batalhem, tenham dedicação, empenho e profissionalismo. Apesar de se receber muitas respostas negativas em castings, é importante não desistir", afirma, referindo ainda a urgência de mudança na indústria.
"Quando temos um orçamento de estado em que nem 1% é dedicado à cultura, está tudo dito. No confinamento, o que é que consumimos? Cultura. Por isso, precisamos de uma indústria mais forte e todos nós ganhamos com isso", remata.