R. Kelly, 55 anos, foi condenado esta quarta-feira, 29 de junho, a 30 anos de prisão por liderar durante décadas umas rede de tráfico e abusos sexuais. O músico foi preso em julho de 2021, sem direito a sair sob fiança.
A sentença declarada esta quarta-feira encerra uma parte do processo e põe fim a dúvidas que levavam ainda muitas pessoas a idolatrar o autor de “I believe I can fly”. Mas o processo não fica por aqui. O músico enfrenta ainda acusações de pornografia infantil e obstrução à justiça em Chicago, cujo julgamento terá início a 15 de agosto.
No ano passado, após ter sido preso, foi iniciado um julgamento que durou seis semanas e envolveu o depoimento de 45 testemunhas que relataram aquilo que viveram nas mãos de R. Kelly.
"Usaste a tua fama e poder para preparar e treinar menores de idade para a tua própria gratificação sexual", disse Angela, uma das sobreviventes, enquanto olhava para R. Kelly, segundo o "The New York Times". Outras testemunhas revelaram ainda que o músico submetia menores de idade aos seus caprichos perversos e sádicos.
Em 2019 a acusação disse que o cantor terá usado a equipa de assessores e agentes para "recrutar mulheres e meninas para se envolverem em atividades sexuais ilegais" quando viajava para os espetáculos dentro e fora dos Estados Unidos, cita a "People".
É ainda relatado como tudo se passava — as mulheres "não tinham permissão para sair do quarto, inclusive para comer ou ir à casa de banho" — e R. Kelly foi ainda acusado de se envolver com raparigas menores de idade e não divulgar "uma doença sexualmente transmissível que havia contraído".