"Na Sombra", o livro de memórias do príncipe Harry, só chegou às livarias esta terça-feira, 10, mas devido a várias fugas de informação (e também às três entrevistas concedidas pelo duque de Sussex), o conteúdo mais polémico já é do domínio público. A MAGG passou a pente fino as quase 500 páginas da obra biográfica, elaborada pelo "ghost writer" JR Moehringer, e encontrou, ao longo de várias páginas, a obsessão que, a determinada altura, o príncipe tem com o próprio órgão sexual.

Em 2011, Harry por pouco não falha o casamento do irmão por se encontrar num treino militar no Pólo Norte. Aí, devido às baixas temperaturas, sofre várias queimadura provocadas pelo frio. E é sobre este tópico que "Na Sombra" se torna, ao longo de quase 10 páginas, um relato estranho e constrangedor sobre o pénis do príncipe.

"Quando cheguei a casa, fiquei horrorizado ao ver que tinha o mesmo tipo de queimadura nas partes íntimas e, enquanto as orelhas e as bochechas estavam praticamente saradas, o mesmo não acontecia lá em baixo. Estava a piorar, dia após dia." 

Harry diz que o seu pénis "era uma questão de domínio público", em particular a dúvida sobre se ele e William seria circuncidados. Depois, contradiz-se, dizendo que Diana tinha proibido o procedimento (que consiste na remoção da pele do prepúcio), mas que este tinha-lhe sido, efetivamente, feito.

"Existiam inúmeras histórias em livros e jornais (até no 'The New York Times') acerca do facto de Willy e eu não sermos circuncidados. A Mamã tinha-o proibido, diziam, e apesar de ser verdade que a probabilidade de uma queimadura de frio chegar ali é maior entre os não circuncidados, as histórias não correspondiam à verdade. Tinham-me removido o prepúcio em bebé."

O pénis volta a ser tema durante a cerimónia de casamento de William e Kate Middleton, na abadia de Westminster, local onde aconteceram as cerimónias fúnebres de Lady Di. Num parágrafo, Harry recorda a mãe e, no seguinte, associa o momento ao próprio membro.

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"Para mim, ainda era muito difícil pensar na Mamã como pertencendo ao reino dos mortos. A Mamã que dançou com Travolta, que se zangou com Elton, que deslumbrou o casal Reagan - como podia ela estar no outro mundo com os espíritos de Newton e de Chaucer? Com estes pensamentos acerca da Mamã e da morte, e o meu pénis queimado pelo frio, arriscava-me a ficar tão nervoso quanto o noivo".

Harry descreve o momento do casamento do irmão como mais uma separação. E questiona: "o que queria o universo demonstrar tirando-me, ao mesmo tempo, o pénis e o irmão?". Ao contrário do que foi noticiado na altura, o duque de Sussex não foi padrinho de casamento de William. No entanto, fez um pequeno discurso no copo d'água, onde leu "excertos hilariantes" de cartas enviadas pelo público, entre as quais a de um norte-americano que queria oferecer uma peça de roupa feita com pelo de arminho, "animal cuja pele é usada pela realeza".

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"'Foi um ano fraco para o arminho', disse. Ainda assim, acrescentei, ele improvisou, fez o melhor que pôde com o que tinha, como é típico dos americanos, coseu o que conseguiu reunir e eu segurava a peça na mão. Na sala, todos se sobressaltaram. Era uma tanga. Macua, de pelo, consistia nuns cordões de seda presos a uma bolsa de arminho em 'v', pouco maior do que a bolsa do meu dolmã. Depois do sobressalto coletivo, uma onda de gargalhadas, calorosa e gratificante, invadiu a sala."

Depois do casamento de William e Kate, Harry volta ao tema do pénis que, "ora estava demasiado sensível, ora no limite do traumatismo". E o tema volta a ser associado à memória da princesa Diana.

"Tinha andado a experimentar alguns remédios caseiros, inclusive um recomendado por uma amiga. Ela aconselhou-me a aplicar creme de rosto Elizabeth Arden. 'A minha mãe punha-o nos lábios. Estás a dizer-me para o por na pila?'. 'Vais ver que resulta, Harry. Confia em mim'. Encontrei uma bisnaga e, assim que a abri, o cheiro fez-me viajar no tempo. Era como se, de repente, a minha mãe estivesse ali a meu lado. Depois, retirei uma noz de creme e apliquei-a... lá em baixo. Dizer que foi 'estranho' não faz justiça ao que aconteceu."

O que aconteceu, Harry não conta, mas a saga continua, desta vez em busca de um médico. Com a ajuda de um amigo, consegue ir anonimamente a um consultório. "Mostrei-lhe a pila, hidratada com Elizabeth Arden. Ele não conseguia ver problema algum", relata Harry no seu livro de memórias.

"Descrevi-lhe as disfunções que ocorreram progressivamente. ''udo é difícil, doutor. Sentar. Andar'. Sexo, acrescentei, está fora de questão. Pior, a minha pila parecia que estava a fazer sexo constantemente."

Harry recorda que o médico lhe aconselhou "tempo" para curar a maleita. Depois, regressa ainda ao tema do pénis, uma vez mais. Recorda como foi "difícil" o encontro com a ex-namorada, a sul-africana Chelsy Davy, no casamento de William, e como lhe disse que sentia ciúmes.

"Precisava de avançar, de conhecer alguém. O tempo, como o médico previu, consertou a minha pila. Quando faria o mesmo truque de magia ao meu coração?"

"Na Sombra" chegou às livrarias esta terça-feira, 10 de janeiro. O livro de memórias do príncipe Harry é um relato detalhado da sua vida, desde a infância, a relação com os pais, o irmão, a morte da mãe até às relações falhadas, passando pelas inúmeras acusações que faz à imprensa tabloide, à casa real, e também a relação com Meghan Markle, que culminou no afastamento do seu cargo como membro sénior da família real britânica.