
Desde que Kate Middleton entrou para a família real britânica, a sua imagem tornou-se objeto de escrutínio permanente. A roupa, os gestos, a postura e, sobretudo, o cabelo (sempre impecavelmente castanho, espesso e brilhante) têm sido analisados ao detalhe pela imprensa e pelas redes sociais, que escrutinam tudo o que a princesa de Gales faz.
E se a moda da realeza é um terreno seguro, já que os membros seniores não costumam fazer grandes mudanças, o cabelo da princesa de Gales é quase um termómetro público. Isto porque, à mínima alteração, há todo um tsunami de especulações, algo que, nos últimos meses, ganhou proporções abismais, devido ao histórico de saúde da mulher do príncipe William.
Em janeiro de 2024, Kate Middleton revelou ter sido diagnosticada com cancro, após ser submetida a uma cirurgia abdominal, que aconteceu depois de alguns meses longe dos holofotes. Fez quimioterapia preventiva, concluída em setembro, e só em janeiro deste ano anunciou estar oficialmente em remissão, não tendo abordado mais o tópico desde então.
Se por um lado houve solidariedade durante todo o processo, por outro multiplicaram-se alguns comentários insensíveis. Nas redes sociais, surgiram críticas sobre a sua aparência, incluindo acusações de que estaria a usar peruca numa das suas mais recentes aparições públicas. Afinal, se a rainha Isabel II manteve o mesmo penteado durante décadas, qualquer mudança em Kate Middleton é vista quase como uma quebra de protocolo.
É precisamente esse simbolismo que torna o tema do cabelo da princesa de Gales tão mediático. Numa era em que a atenção é o bem mais disputado, os fios da futura rainha deram pano para mangas. E foi assim que uma simples mudança de tom (ou a perceção de que esta aconteceu) deu origem a um dos debates mais fervorosos dos últimos tempos. Mas, afinal, como é que tudo aconteceu?
Primeira onda de rumores: loira dentro do carro
A primeira vez que as redes sociais entraram em alvoroço absoluto com a possibilidade de Kate Middleton estar loira foi quando a princesa foi fotografada dentro de um carro, ao lado de William e dos três filhos, a caminho de uma missa em Balmoral, no fim de agosto, segundo noticiou o "The New York Post" na altura. O momento parecia banal, mas rapidamente se transformou em material de análise mundial.
Nas imagens, captadas à distância e através da janela do veículo, notavam-se reflexos mais claros no cabelo da princesa, suficientemente evidentes para levantar algumas dúvidas. Seriam apenas os raios de sol escoceses a brincar com as tonalidades castanhas? Ou Kate Middleton teria realmente decidido adotar um look mais claro? As redes sociais dividiram-se em segundos.
O detalhe curioso é que a princesa de Gales estava a usar um chapéu, o que limitava a visibilidade. Mas, como acontece com qualquer figura da realeza, a especulação não precisa de grandes provas para ganhar asas. Bastaram algumas fotografias desfocadas para surgirem teorias sobre loiros dourados, reflexos dignos de qualquer salão e até perucas estrategicamente colocadas.
Foi nessa altura que nasceu a "primeira versão" da história, digamos. Ou seja, Kate Middleton estaria, segundo diziam várias pessoas, a preparar o público para um regresso com novo visual, depois de algumas semanas longe dos holofotes, mesmo depois de já ter terminado os tratamentos e estar bem, segundo a sua última comunicação oficial. No entanto, a confirmação viria pouco depois.
O momento oficial: Kate apareceu loira
A confirmação chegou durante uma visita ao Museu de História Natural, em Londres, acompanhada por William, que aconteceu na quinta-feira, 4 de setembro. Kate Middleton surgiu com o cabelo mais claro de que há memória, um tom descrito pelos especialistas como "honey bronde", uma mistura entre castanho e loiro dourado, que lhe iluminava o rosto de forma natural.
Este foi o momento em que os rumores deixaram de ser especulação para se tornarem facto. A princesa de Gales, sempre associada ao castanho chocolate, apareceu com uma versão muito mais clara do que o habitual. A mudança, embora considerada elegante por muitos, foi vista como ousada por outros tantos, que colocaram de imediato várias hipóteses em cima da mesa.
Nas redes, houve quem a acusasse de usar peruca, um rumor indelicado que se espalhou rapidamente. A fragilidade da sua situação pessoal, depois do cancro, alimentou a especulação. Para alguns, a mudança parecia ser demasiado radical para ter sido feita de forma natural, especialmente tendo em conta que, na zona da nuca, a princesa aparentava ter um volume anormal, segundo a "Glamour".
Foi nesse contexto que Sam McKnight, histórico cabeleireiro da princesa Diana, interveio publicamente. Indignado com os ataques, escreveu nas redes sociais que estava “horrorizado” com a crueldade dos comentários tecidos à nora da sua antiga cliente. Sublinhou que o cabelo de uma mulher é parte essencial da sua confiança e criticou a falta de empatia dirigida a Kate Middleton.
"Ela representou o nosso país de forma brilhante e altruísta. O cancro é transformador para todos. Deixem-na em paz. Que vergonha", escreveu. Assim, o que era para ser uma mera mudança de visual rapidamente se transformou num debate intenso sobre empatia, misoginia e a pressão exercida sobre mulheres em cargos de visibilidade extrema.
De volta ao castanho?
Dias depois da estreia oficial do novo visual, a confusão voltou a dar o ar da sua (des)graça. Kate Middleton apareceu em público novamente esta segunda-feira, 8 de setembro, mas desta vez o cabelo parecia mais castanho. As imagens captadas durante um evento em East Sussex mostravam-na com o tom habitual, mais próximo do castanho chocolate com reflexos discretos.
Escusado será dizer que o verniz estalou novamente. Teria a princesa abandonado o loiro em tempo recorde? Estaria a alternar entre perucas? Ou não passava tudo de um truque de iluminação nas fotografias? A discussão reacendeu-se, mostrando que, quando se trata de Kate Middleton, nada é demasiado pequeno para escapar à lupa mediática.
A verdade é que a perceção da cor de cabelo pode variar muito consoante a luz, o ambiente e até o penteado. O suposto regresso ao castanho pode ter sido apenas o resultado de um styling diferente, sem que a princesa de Gales tivesse realmente voltado às origens (ou muito perto delas, vá, sendo que ainda se notam uns reflexos nos fios).