"Padre Sexy" foi o título que recebeu após o seu grupo de amigos publicar uma foto na praia apenas com calções de banho. A imagem tornou-se viral e, desde então, Ricardo Esteves tornou-se uma figura mediática. Em entrevista à MAGG, o jurado do "All Together Now, que estreia na antena da TVI este domingo, 7 de março, falou sobre o novo desafio em televisão, das críticas que recebe por ser um padre com estilo de vida diferente e disse ainda o que pensa do aborto e da homossexualidade.
A MAGG falou com o sacerdote de Gondomil, Valença, esta quinta-feira, 4, precisamente no dia em que completou 38 anos e confessou estar feliz por ser um dos 100 jurados do novo talent show da estação de Queluz de Baixo. "O convite surgiu de uma forma inesperada, foi a pedido da Cristina Ferreira. Penso que terá sido porque, em primeiro lugar sou padre e, em segundo, porque vivo o meu dia a dia de forma diferente", começa por dizer.
Ricardo Esteves diz ter aceitado o convite para poder "contemplar" o talento dos concorrentes que sobem ao palco do programa apresentado por Cristina Ferreira e pelos sonhos que trazem. Mas esse não é o único ponto forte que destaca no formato original da BBC. Para além do cenário "fascinante", no qual a luz e a cor estão em primeiro plano, conta ainda que a boa relação com os outros 99 jurados é essencial e cada um acrescenta uma visão diferente que enriquece o projeto.
"Há ali pessoas com muito talento, tanto nas áreas da televisão, do teatro ou cinema. Já me emocionei bastante em alguns momentos durante as gravações e até fiquei em lágrimas", revela o pároco à MAGG, aproveitando ainda para elogiar Cristina Ferreira. Afirma que a comunicadora cria muita "empatia" com qualquer pessoa que esteja presente no estúdio de 2200 metros quadrados instalado na Sala Tejo da Altice Arena.
Padre é contra o aborto mas aceita a homossexualidade
Questionado sobre alguns temas que acabam por ser controversos na religião, o sacerdote diz que é completamente contra o aborto. "Acho que as dificuldades da vida e acontecimentos inesperados nos enriquecem e tornam-nos mais humanos", justifica. No entanto, afirma que aceita a homossexualidade e frisa que cada pessoa deve ser feliz independentemente da orientação sexual. "Não nos devemos esconder dentro do armário nem viver aquilo que os outros querem", diz.
Se tivesse de se descrever para além do sacerdócio, diz ser uma pessoa humilde e que foge a alguns estatutos. Para além disso, a "missão" a que se tem dedicado nos últimos anos é fazer "chegar" a fé aos jovens e às pessoas que não vão à igreja.
Quanto às críticas sobre gostar de andar de mota, ir ao ginásio e sair à noite, recorda que há 50 anos os padres já andavam de mota. "A minha vida é completamente normal, mas recebo criticas porque às vezes faço umas sessões fotográficas e pensam que é vaidade", explica, acrescentando ainda que o facto de gostar de cultivar o corpo não é bem visto pelos "fundamentalistas".
Antes de assumir a paróquia de Valença, Ricardo Esteves esteve dez anos em Caminha, de onde saiu em setembro 2019 por decisão do bispo de Viana do Castelo.