
Um padre de Vila Nova de Foz Côa está a ser acusado de abusos sexuais a um homem de 47 anos, de quem era tutor. O padre Júlio terá pedido à vítima, portador de uma deficiência mental, que o "fotografasse e filmasse o seu corpo desnudado e a masturbar-se", lê-se na acusação do Ministério Público, tal como refere o "Correio da Manhã".
Os vídeos eram enviados através do telemóvel da vítima, pelo Messenger ou através da rede social Facebook, para o padre, escreve o mesmo jornal, que acrescenta que estes abusos aconteceram entre 2018 e 2022.
Em 2020, num hotel na Maia, a vítima estava a ver televisão quando o padre se aproximou. "Começou a fazer-lhe carícias no pénis e a masturbá-lo, pedindo-lhe que lhe fizesse o mesmo a si, dizendo-lhe: eu faço-te a ti, também tens de fazer a mim", refere o documento.
Para além de hotéis, o documento também descreve outros encontros sexuais entre os dois, no carro e na casa do sacerdote, na sacristia da Igreja e no salão paroquial. Durante viagens de carro, o padre "desapertava o fecho das próprias calças e determinava que metesse as mãos lá dizendo: isto não tem dentes, não morde", acrescentam.
Quanto à vítima, passava por várias dificuldades: não tinha casa, dinheiro e trabalho. O padre de 65 anos ofereceu-lhe alojamento, alimentação, televisão e acesso à internet. Em troca, o homem ajudava na paróquia com trabalhos como cortar erva, vindimar, apanhar azeitona e amêndoa,
A partir de 2018, o padre Júlio terá dito à vítima que era necessário começar a fazer "brincadeiras", que consistiam em carícias recíprocas no pénis.
O padre terá ameaçada a vítima que, se não fizesse aquele "serviço", não o ajudava mais financeiramente. "Eu sei que gostas, tu fazes-me a mim e eu faço-te a ti, somos os dois homens e não há problema", lê-se na acusação do Ministério Público, tal como refere o "CM".
A vítima, com medo das consequências e de ficar novamente desalojado, aceitou fazer sexo oral ao padre e a masturbarem-se reciprocamente. Primeiro com a regularidade quinzenal e, após março de 2020, todas as semanas.
O sacerdote está acusado pelo Ministério Público de um crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência.