A MAGG esteve no Dubai, um dos Emirados Árabes Unidos, e tem estado a dizer-lhe tudo sobre esta experiência. Além de visitar os principais pontos turísticos, o que há para fazer nesta localidade imponente (que não esteja já muito visto)?

Vai de férias para o Dubai? 4 sítios para provar comida árabe (sem ter de gastar um rim)
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Localizado no Médio Oriente, o Dubai fica a sete horas e meia de distância de Lisboa de avião e tem cerca de 3,6 milhões de habitantes (mais estrangeiros do que locais). O dirham (AED) é a moeda oficial.

Depois de lhe contarmos como foi tomar o pequeno-almoço no edifício mais alto do mundo, o Burj Khalifa, de lhe sugerirmos spots para matar a fome, para ficar alojado e de lhe darmos ideias de atividades gratuitas ou mais diferentes, ficam mais alguns planos giros para fazer durante a estadia no Dubai.

1. Participar num workshop de chocolate

Para começar esta lista de atividades giras e mais fora do comum, sugerimos fazer um workshop de chocolate na Mirzam Chocolate Makers. Criado em 2016, este projeto conta com cinco lojas nos Emirados Árabes Unidos (e nós visitámos a fábrica, no Dubai, onde são produzidas oito toneladas de chocolate por mês).

"Fazemos do início, do grão à tablete", começou por nos explicar a coordenadora de workshops, Caroline Nasasira. Natural do Uganda, começou por fazer uma introdução, contando a história desta iguaria. Nesta fábrica, usam grãos provenientes de países tropicais como Vietname, Índia, Papua Nova Guiné e Tanzânia.

Conhecida a origem do cacau, vimos como é plantado e de que forma cresce. Os grãos fermentam durante cinco a sete dias em folha de bananeira e, depois, ficam ao sol a secar. O processo avança para mais sete dias a andarem à roda, antes de mexerem na sua temperatura.

Os vidros em vez de paredes permitem-nos assistir à confeção. Quanto à participação, tivemos a oportunidade de colocar o chocolate nos moldes e adicionar-lhe toppings como pistácio, sal marinho, coco tostado, sprinkles, arroz tufado, amêndoa e noz pecã. De seguida, vai para o frio, de modo a arrefecer, antes de embalarmos as nossas tabletes (cuja embalagem podemos decorar).

Enquanto esperávamos, fizemos uma degustação de chocolate quente com adições como rosa, sal marinho (um dos best-sellers) ou até canela. O chocolate mais vendido é o chocolate negro 62% do Gana, assim como nos disse Caroline Nasasira. A experiência custa cerca de 36€.

Além da vertente fábrica, este espaço da Mirzam Chocolate Makers também contém uma loja, onde pode comprar diversas criações, desde chocolate com pepitas de mel, especiarias, manga, caramelo, maracujá, xarope de ácer ou laranja.

2. Tomar o típico pequeno-almoço emirati

Se procura uma manhã diferente, mas, ao mesmo tempo, com foco na cultura, experimente começar o dia no SMCUU (Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum Centre for Cultural Understanding), com um pequeno-almoço típico emirati. Servido às segundas-feiras e quartas-feiras às 9 horas, tem o valor de 30€ por pessoa.

"Desde 1998 a acabar com a brecha entre emirati e turistas", pode ler-se assim que entramos neste centro cultural. A refeição, que dura uma hora e meia, acontece numa sala decorada com elementos caraterísticos e criada "para celebrar, conviver, cumprimentar e fazer negócio" — onde só se entra descalço, por respeito à religião.

Tal como em qualquer casa de família emirati, começam por servir tâmaras e café com açafrão e cardamomo (consoante o lar, também pode conter água de rosas). A chávena só é cheia até metade "para encorajar os convidados a ficarem mais tempo e irem-se servindo". No caso de ser cheia até cima, é sinal de que estão a apressar o encontro.

Sentados em almofadas e tapetes, pudemos, além de degustar as iguarias emirati, esclarecer dúvidas sobre esta cultura (e aproveitar para desfazer mitos). O pequeno-almoço é self-service e composto por várias etapas, com pratos doces e outros salgados.

Começámos pelo "balaleet", que é uma pasta doce com omelete simples, "um dos itens mais populares", como nos explicaram. Depois, o "dango", que é nada mais nada menos do que "grão simples cozinhado em água com sal, chili e poucas especiarias". De seguida, ovo mexido com tomate.

Há dois tipos de pão: o "chabab", o pão tradicional, parecido com panquecas, e o "khamil", o pão típico emirati, tipo pita. Podemos comê-los simples ou com toppings como xarope de tâmara e queijo creme. Por fim, a sobremesa, o "lugaimat", uma espécie de donut mergulhado em xarope de tâmara.

Antes de começarmos a comer, ouvimos "bel afia", que significa "bom apetite". Terminada a refeição, os anfitriões queimam incenso e mandam-nos o fumo para a cara, para nos dar sorte. Temos também a possibilidade de levar parte desta comida em caixas take-away.

3. Ir dar um passeio de barco

Um passeio de barco no Dubai não é como outro qualquer — é a melhor oportunidade para observar a paisagem deste emirado, repleta de arranha-céus imponentes, que se iluminam durante a noite. Pudemos viver esta experiência com a Yellow Boats Tour.

Os passeios vão desde os 35€ (com uma duração de 45 minutos) aos 58€ (uma hora e 40 minutos). Estão em causa barcos pequenos e ágeis, podendo atingir grandes velocidades (algo que os viciados em adrenalina apreciam bastante).

A nossa viagem aconteceu durante o pôr do sol, o que lhe concedeu uma magia ainda maior. Conseguimos ver tudo durante o dia, mas também a descida do sol até ao mar (e os edifícios a ficarem iluminados). O barco parte da marina do Dubai e faz várias paragens para fotos.

Dentro do barco, poderá ver locais como o hotel Atlantis, o Burj Al Arab, a Jumeirah Beach Residence, o palácio do príncipe e a roda gigante Ain Dubai sob uma perspetiva única. As tours podem acontecer em grupo ou ser privadas.

4. Fazer uma tour gastronómica

Esta é talvez a sugestão mais fora da caixa. Se pretende evitar os spots mais "mainstream" e, em vez disso, mergulhar na realidade não-tão-turística do Dubai, aposte na "Middle Eastern Food Pilgrimage" (uma tour gastronómica pelo Médio Oriente), criada pela Frying Pan Adventures.

O passeio, que funciona como um "rally tascas", acontece em Deira, um bairro que está longe de ser turístico — parece mesmo que atravessámos um portal e já não estamos no opulento e luxuoso Dubai. Esta tour passa por quatro restaurantes: um palestino, outro jordaniano, um iraquiano e um libanês.

Vamos conhecendo cada cultura com uma guia turística e provando snacks de rua como falafel (no Falafel Sultan), que tem como principal ingrediente o grão de bico e que pode ser servida com pimenta, azeitona verde, pickles de cenoura e nabo, tomate, pepino, tajine e húmus.

No Miran Erbil, comemos o prato mais tradicional do Iraque: o "gatin", um peixe de rio parecido com a carpa. Feito na fogueira com madeiras especiais e servido com molho de romã, salsa, tomate, limão, beterraba, pickle de manga, açafrão e tomate, dizem que sabe a liberdade, porque era o que se comia durante a ditadura de Saddam Hussein.

Também comemos kunafa, uma das principais sobremesas, composta por massa kadaif, queijo, calda de açúcar e manteiga, e baklava (um pastel com pasta de nozes trituradas), na doçaria libanesa Alsamadi Sweets.

Middle Eastern Food Pilgrimage
Middle Eastern Food Pilgrimage créditos: MAGG

Todos os participantes recebem uma tote bag com álcool gel, toalhitas, um mapa, talheres reutilizáveis e um certificado de participação nesta "maratona de comida", que dura três horas e custa a partir de 100€.

5. Criar o seu próprio perfume

Já imaginou poder ter um perfume que cheira exatamente ao que gostaria? É possível realizar este desejo enquanto está pelo Dubai. Fizemos um workshop de perfumes onde aprendemos dicas, como funciona a confeção e pudemos trazer para casa a nossa criação.

workshop perfumes dubai
workshop perfumes dubai créditos: MAGG

Esta iniciativa é dinamizada pela Meet The Locals e, por norma, acontece num restaurante, pela mão de guias turísticos emirati, que nos explicam de onde vem cada um dos ingredientes que temos à nossa disposição para o perfume que criamos (nomeadamente rosa, almíscar, açafrão, mashmoom, âmbar e oud zafran).

No caso de preferir uma fragrância que dure mais tempo, aposte na pipeta com âmbar, já que é um elemento "muito forte", de acordo com o que nos explicou a guia, acrescentando que esta essência vem do "vomitado das baleias".

O açafrão é a "especiaria mais cara" e o oud é uma "madeira muito popular e muito cara, que vem de uma árvore rara presente na Índia, na Malásia, no Camboja e na Indonésia".

workshop perfumes dubai
workshop perfumes dubai créditos: MAGG

A confeção do perfume em si é muito simples: eleitos os ingredientes, colocamos cerca de 5 a 10 ml de dois e 15 ml do que mais gostamos, enchendo a embalagem com álcool. Depois, basta abanar et voilà, temos um perfume criado à nossa medida (e a embalagem até vem com o nosso nome escrito em árabe).

*A MAGG esteve no Dubai a convite do Turismo do Dubai