Pedro Barroso já tinha tornado pública a batalha contra a toxicodependência. Aos 36 anos, o ator volta a remexer o passado numa entrevista para o segmento Labirinto — Conversas sobre Saúde Mental, oriundo de uma parceria entre a FLAD (Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento) e o "Observador".

"Acabava de gravar, ia buscar para consumir, começava a consumir. Agarrava no carro, fazia Lisboa-Porto, Porto-Lisboa", recorda o ator. "Como se fosse um medicamento que me ajudava a suportar aquele que era o meu vazio", compara, sobre a cocaína.

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O artista continua a relembrar a toxicodependência na mesma entrevista em vídeo. "O consumo de cocaína deixava-me mais leve naquilo que acabavam por ser os meus transtornos, as minhas dúvidas, as minhas inseguranças, e acabou por ser um conforto", admite.

Quando procurou ajuda e se deparou com os seus "colegas de tratamento", pensou "para onde é que eu vim?"."Dá vergonha, sentes-te humilhado por ti próprio, sentes-te incapaz, triste com aquilo que tu criaste, que as pessoas a quem tu criaste danos merecem melhor", crê.

Pedro Barroso admitiu já ter recaído, ao fim de nove meses de tratamento, reacendendo "um barril de pólvora". "É importante falarmos das recaídas. São duras", acredita, acrescentando que "um adito é uma pessoa que ludibria bem" e que "num processo adição, é fácil tu arranjares desculpas".

"Eu nunca vou falar do consumo no passado. Isto pode acontecer-me e eu tenho que estar sempre alerta", reconhece o ator de "Morangos com Açúcar", "A Herdeira" e "Golpe de Sorte", que, desde 22 de abril, é pai de Santiago, fruto da relação que mantém com Mariana Marques.