Em coma desde julho, Rogério Samora morreu na manhã desta quarta-feira, 15 de dezembro. O ator havia sofrido uma paragem cardiorrespiratória durante as gravações de "Amor Amor", novela da SIC na qual interpretava a personagem Cajó. No início da semana, tinha sido transferido para o Hospital Amadora-Sintra, para observação devido a febre persistente, de causa desconhecida.

Morreu Rogério Samora, o homem que nunca iria "ser feliz" se deixasse a representação
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Em entrevista no "Primeiro Jornal" da SIC, Daniel Oliveira lamentou a morte de Rogério Samora. “Recordamos como um dos nossos que parte. Para a família SIC é um dia de perda", declarou o Diretor de Programas da SIC, descrevendo o ator como "alguém que se dedicava à sua profissão de uma forma muito apaixonada". "Levamos essa entrega absoluta e permanente do Rogério", garantiu Daniel Oliveira, em nome da SIC.

Em comunicado, a TVI revelou que a notícia foi recebida com "grande pesar", relembrando que o percurso de Rogério Samora passou pela TVI e citando algumas das participações do ator "sempre muito acarinhado pelos colegas". "A sua falta será para sempre sentida. Até sempre Rogério Samora", terminou a estação.

João Baião e Diana Chaves reagiram à morte em direto, no final do programa "Casa Feliz", da SIC. "Nos últimos meses temos acompanhado Rogério Samora com muita esperança", começou a apresentadora. "Todos os dias acordávamos à espera de termos notícias da sua recuperação, o que os médicos não davam muita esperança. Esta notícia era uma que não queríamos dar, mas o que os médicos diziam é que era inevitável", acrescentou João Baião. Diana Chaves concluiu a mensagem enviando os "sentimentos à família e amigos" e sublinhando que "o País está de luto".

Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a "morte precoce" de "um dos mais carismáticos atores da sua geração". Descreve Rogério Samora como "um ator que deixou marca, em particular no registo por natureza mais perene, que é o do cinema, o que permitirá às gerações futuras entender a admiração e a estima que por ele tiveram os espectadores do nosso tempo."

O primeiro-ministro António Costa reagiu à morte de Rogério Samora através de uma publicação no Twitter, onde recordou o papel de Rogério Samora no filme "O Delfim", do cineasta português Fernando Lopes, como uma das interpretações que "ficam na história do cinema português".

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, recorreu à mesma rede social para lamentar "profundamente" a morte.

"Um aplauso" para Rogério Samora

Para Diogo Infante, "o meio artístico fica mais pobre". Já Rui Unas, mencionou a "esperança" de o ator não fosse "embora já", escreveu no Instagram, referindo-se a Rogério Samora como seu "padrinho" na estreia em cinema, em 2003, no filme "Os Imortais". "Foste tão amigo, quase 'paternal', na forma como me ajudaste em tudo porque eu tremia em cada cena. Desde daí, o carinho e a alegria foi uma constante sempre que estávamos juntos. Felizmente, a última imagem que tenho tua foi a sorrires para mim", acrescentou.

João Baião fez ainda uma publicação na sua conta de Instagram, na qual apelou a um "aplauso". "Fica aqui guardada no coração a minha habitual mensagem de Natal." Em sintonia com o apresentador, Teresa Guilherme também pediu palmas para o ator. 

No ramo do jornalismo, José Gabriel Quaresma desejou "que o tempo seja capaz de transformar a dor da perda, numa saudade serena". Nuno Santos, diretor da CNN Portugal, destacou que, "num ano trágico para as artes", também Rogério Samora "vê o pano cair antes do tempo". "Não era um doce de pessoa mas tinha uma espécie de criança grande dentro dele. (...) Pagou muitas vezes o preço de dizer em voz alta o que se comentava em surdina. Falava com uma ironia que desarmava os outros", recordou, na descrição de uma fotografia do ator.

O comediante Fernando Rocha agradeceu tudo o que o ator "fez pela arte". Sónia Brazão partilhou uma fotografia com o ator, apelidando-o de "gigante". "Viverá para sempre nas minhas memórias a sorrir. Aprendi muito com ele, foi generoso comigo. Aplaudiremos sempre de pé, porque nunca morrerás. Até sempre Rogério", despediu-se a atriz.

António Pedro Cerdeira apelidou Rogério Samora de "irmão" e mencionou o projeto que tinham, em conjunto, planeado para breve. "A vida dá muitas voltas. Perdi a conta aos anos em que nos conhecemos mas sei que íamos para as rulotes beber minis e comer bifanas depois das peças. Foste um dos primeiros atores que conheci neste meio e sempre te admirei pelo talento e frontalidade e perfeccionismo", escreveu o ator. 

Cristina Ferreira, Jorge Corrula, Gisela Serrano, Duarte Siopa, Maria Henrique, Heitor Lourenço, Fernanda Serrano são outros dos muitos rostos conhecidos que também já tornaram os seus pêsames públicos, nas suas plataformas oficiais.

Rogério Samora foi internado a 20 de julho, na sequência de duas paragens cardiorrespiratórias, e morreu esta quarta-feira, 15 de dezembro, aos 62 anos. Ao longo da carreira na representação, que passou pelo cinema e televisão, foi colecionando prémios, como Globos de Ouro. Atualmente, desempenhava o papel de Cajó na novela da SIC "Amor Amor", que sucedeu a "Amor Maior" (2016), "Golpe de Sorte" (2019) e "Nazaré" (2019). O ator integrou, também, projetos na TVI, como "Equador" (2008) e "Fascínios" (2007).