Sydney Sweeney está completamente irreconhecível. Não, não foi à faca ou algo que se pareça, mas está a preparar-se para interpretar uma personagem cuja imagem não podia ser mais diferente da sua: a conhecida pugilista Christy Martin, que vai ser alvo de um filme biográfico, realizado pelo aclamado cineasta australiano David Michôd.
A 16 de outubro, a atriz, que é conhecida pelos seus papéis em "Euphoria" e "Todos Menos Tu", recorreu ao Instagram para partilhar um vislumbre daquilo que está para vir, uma vez que a novidade já tinha sido dada no passado mês de maio. "Aqui está um pequeno registo dos bastidores do filme em que estou a trabalhar neste momento", escreveu a artista na legenda da publicação.
"Nos últimos meses, tenho estado a treinar para dar vida à história de uma mulher incrível – uma verdadeira campeã que travou batalhas dentro e fora do ringue", continuou, acrescentando que o percurso de Christy Martin "é um testemunho de resiliência, força e esperança". "Sinto-me honrada por me colocar no lugar dela para partilhar a sua poderosa história convosco", terminou.
As fotografias que acompanham a publicação mostram que, efetivamente, Sydney Sweeney leva o seu trabalho a sério. Isto porque, além de estar caracterizada, com os cabelos encaracolados e escuros, bem como um look mais desportivo, parece ter estado a treinar para ficar mais encorpada, algo que os seus braços, agora bem musculados, denunciam de imediato.
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Mas quem era, afinal, Christy Martin? A pugilista, atualmente com 56 anos, foi um ícone do boxe feminino nos anos 90, tendo desafiado as normas de género da época. Isto porque foi a primeira mulher a assinar contrato com o famoso promotor Don King, conhecido por promover lutas de grandes campeões da modalidade, dos quais se destacam Muhammad Ali, Mike Tyson e Evander Holyfield, diz o "Deadline".
A par disto, foi a única lutadora feminina a aparecer na capa da "Sports Illustrated", uma das mais conhecidas e influentes revistas de desporto norte-americana. O seu carisma e beleza, combinados com o facto de ser uma autêntica fera no ringue de boxe, ajudaram-na a conquistar uma base de fãs fervorosa – e a conquistar o título de campeã de peso meio-médio, em 1993, quando derrotou a então campeã, Diana Cordero, mantendo o título até 1996.
Por detrás da sua imagem pública extremamente polida, Christy Martin enfrentou uma vida repleta de desafios pessoais. Foi o caso do relacionamento tóxico que manteve com Jim Martin, que conheceu em 1989, sendo responsável, numa primeira instância, apenas pela gestão da sua carreira. O agora ex-marido, sendo que estão separados desde 2012, também tentou assassiná-la, em 2010, segundo o "The Guardian".
Foi depois da separação que Christy Martin assumiu publicamente a sua homossexualidade. A atleta sentiu-se livre para se expressar da forma mais autêntica e, em entrevistas, falou sobre a sua sexualidade e a difícil luta que travou para aceitá-la. Atualmente, a desportista é casada com a sua companheira, Rebecca Martin, desde 2017, e mantém o relacionamento (bem como a vida, no geral) relativamente longe dos holofotes.
Por isso, embora o filme vá enfatizar o que de mais glorioso teve a carreira da atleta, o objetivo também é fazer com que as adversidades sejam mais do que um pano de fundo. O realizador do projeto confirmou-o, ainda de acordo com o "Deadline". "Tenho um historial de fazer filmes sobre homens destruídos e tinha vontade de fazer um filme sobre uma mulher com uma energia feroz dentro dela. Quando me deparei com a história de Christy Martin, há dois anos, soube que a tinha encontrado", frisou.
As rodagens começaram no outono, mas o filme continua sem ter um título público. O argumento ficou a cargo de Mirrah Foulkes e do próprio realizador – já a produção inclui nomes como Kerry Kohansky-Roberts, conhecida pelo trabalho em "Boy Erased: O Rapaz que Sou", "Circo dos Horrores: O Assistente do Vampiro" e "O Desconhecido".