Um passarinho contou-nos que as famosas ponchas da Madeira tinham chegado a Lisboa e nós fomos à procura delas. Mas não foi um passarinho qualquer. Foi o bis-bis, um pássaro endémico do Arquipélago da Madeira, e que dá nome à BisBis Poncha.
"Na altura achámos piada ao nome, porque fazia sentido. Era da Madeira, BisBis é fácil de dizer e tem duplo sentido", conta à MAGG a co-fundadora Filipa Valente, madeirense e engenheira civil, atualmente inteiramente dedicada ao novo projeto. Com ela está Lucinda Castro, advogada, que trabalha e vive na Madeira, e Leah Johns, uma americana que vive em Portugal há 5 anos e que é consultora em estratégia.
As amigas na casa dos 40 anos decidiram então trazer as ponchas da Madeira para Lisboa em dezembro de 2021, o que pode parecer uma péssima altura pelo facto de ser inverno. No entanto, Filipa desmistifica esta ideia.
"Para mim, a poncha é de inverno. Porque na Madeira, pelo menos na minha família, a tradição que existe é que quando é inverno ou está frio, vamos à serra beber uma poncha. Tem mel, tem o sumo de laranja, de limão e serve para aquecer-nos. E quando estamos doentes é: 'Ah, bebe uma poncha que isso passa'. Até a minha avó o dizia", conta Filipa. Reconhece, no entanto, que é normal que seja vista mais como um "cocktail fresco de verão por causa das frutas frescas".
Por falar nelas, fazem parte das ponchas da BisBis Poncha e de tão frescas fazem com que a validade seja mais limitada. Não devem estar mais de dois ou três dias no frigorífico e é para serem consumidas quase como se fosse um bolo fresco, compara a co-fundadora.
Poncha de maracujá? Marchava já
A BisBis Poncha tem um total de cinco sabores — poncha tradicional, pescador, maracujá, frutos vermelhos e goiaba —, mostrando que todas as combinações são possíveis, e igualmente saborosas, sem perder a tradição. Na base está sempre a aguardente da Madeira, o mel (que neste caso provém de uma produção familiar no Alentejo), açúcar de cana e frutas de produtores nacionais.
É este o amor pela Madeira que Filipa, Lucinda e Leah põem em cada garrafa, que pode e deve ser bebida de fresca, mas de forma natural. "Acho que a poncha deve beber-se fresca, mas não com gelo, porque o gelo acaba diluir a poncha e o sabor", aconselha Filipa. E as dicas não ficam por aqui. Deve ser servida num copo tradicional de poncha da Madeira, abalado com um pé, que tem a dose ideal para a poncha da Madeira. Mas se passar, também não faz mal.
"A quantidade no copo faz toda a diferença. A poncha é forte, porque a aguardente tem 50% de álcool, ou seja, a pessoa não vai beber um copo como se fosse um gin. E a quantidade de mais ou menos 10 centilitros parece pouco, mas como a bebida é forte, é perfeito", explica Filipa. Sendo uma bebida doce, o álcool quase nem se sente, pelo menos numa fase inicial. "A pessoa bebe um bocadinho e ao saborear as frutas esquece-se de que se trata de uma bebida alcoólica e não de um sumo, sente logo uma energia extra e é uma explosão de alegria. Mas ai é que está a piada, é festa garantida", brinca a co-fundadora.
Festa é uma das ocasiões perfeitas para tomar uma poncha, mas não só.
Pode ser num aniversário ou num convívio. "A pessoa tem um aniversário, gosta da poncha e, como não existe [referindo-se à oferta no continente], quer encomendar porque vai ter com os amigos e quer levar algo diferente. Ou quer ter em casa para servir numa refeição. Ou vai à praia, quer divertir-se e em vez de uma garrafa de vinho leva uma garrafa de Bis Bis", sugere Filipa.
Para uma primeira vez ou primeiros goles, nada como a tradicional, feita com laranja, limão e mel, ou a pescador, que "na história da poncha defendem que chegou primeiro e só leva açúcar, limão e aguardente", explica Filipa. Depois, pode começar a explorar os outros sabores: frutos vermelhos, goiba e maracujá — aquela que tem sido o best seller.
Onde provar
Em breve, ainda no mês de maio, a Bis Bis Poncha vai abrir um espaço de venda ao público em Campo de Ourique, Lisboa, mesmo ao lado do projeto A BÔLA, que tem bôla de cozido, assim como bôla de carnes, de legumes e bacalhau — perfeitas para combinar com uma poncha.
Filipa revelou-nos que nos próximos tempos poderá também chegar a alguns brunchs em Lisboa (passando a fazer concorrência às mimosas) e já é certo que vai chegar a 14 de maio ao restaurante O Frade, na zona de Belém, no qual será servido para abrir o apetite antes de atacar o famoso arroz de pato ou mesmo para acompanhar a refeição.
Até lá, pode provar as ponchas da Madeira, agora mais lisboetas com a Bis Bis Poncha — que permite reviver uma viagem antiga à Madeira ou sentir mais próximas as raízes de quem está longe —, ao encomendar através do WhatsApp (+351 935 801 868), e-mail (ola@bisbiswho.com) ou mensagem privada no Instagram.
A garrafa de 1 litro custa 28€ e a garrafa de meio litro custa 15€.