
A Picanharia ByOliboile abriu portas em Carcavelos a 18 de junho. O primeiro restaurante de Francisco Ruivo, conhecido pelos conteúdos que cria nas redes sociais, principalmente no TikTok, aposta, sobretudo, no rodízio de picanha, com pratos de autor assinados pelo próprio influenciador.
Um atraso nas obras alterou os planos de forma significativa, já que o suposto era o negócio ter começado a fluir um ano antes, assim como o responsável contou à MAGG. O novo restaurante funciona onde antes estava A Picanharia, que, segundo Ruivo, faliu e, como não existia outro rodízio de picanha nas redondezas, agarraram essa oportunidade "por estratégia".
"Nascido e criado" em Lamego, saiu de casa dos pais com 18 anos, altura em que optou por não ir para a faculdade e em que surgiu a paixão pela cozinha. Com uns copos a mais, publicou alguns vídeos "a aparvalhar" nas redes sociais, e não tardou a viralizar.
Misturando as receitas com as piadas, produziu bastante conteúdo, fomentando comentários da audiência, que expressava vontade de provar a comida. "Tens de abrir um restaurante", desafiavam, lançando o mote para esta nova aposta.
N'A Picanharia ByOliboile, o destaque vai, como o nome indica, para a picanha. O rodízio de picanha sul-americana e de secretos de porco preto, batata frita, arroz basmati, feijão preto, vinagrete e farofa, com tudo isto à discrição, custa 23,50€.
"Muitos dizem que é a melhor qualidade de picanha nos rodízio a que já foram", aponta o youtuber. Se preferir, pode optar pelo prato de picanha Argentina AA (200g) com dois acompanhamentos à escolha (20€) ou pela picanha Wagyu australiana (200g) com puré de batata trufado e espargos (48€).
Tivemos a oportunidade de provar ambos os pratos e, de forma surpreendente (ou não), preferimos o primeiro. Além de ser bastante mais barato, custando menos de metade da alternativa daquilo que, de acordo com o restaurante, é carne Wagyu, notámos que a qualidade da carne era melhor nesta opção.
Isto porque, na nossa modesta opinião, o sabor é diferente do Wagyu que comemos até hoje, o que não o deixou brilhar perante a delícia da picanha argentina.
A nível de pratos principais, propõem ainda criações de Francisco Ruivo como o laracho, um bife da vazia (200g) com molho especial e dois acompanhamentos à escolha (23,50€) e o "pipi suculento" ou frango à Oliboile, um frango marinado 48 horas, feito na brasa, com batatas fritas (11€/200g ou 16€/400g).
É "o melhor frango de sempre" para Francisco Ruivo. O criador de conteúdos também assina o oliovo, com ovos, puré trufado, cogumelos portobello, mozzarellas e raspas de trufa (11€), uma entrada que, apesar de ter potencial, está demasiado densa e pode, a nosso ver, ser melhorada. Não resistimos a provar os tacos de wagyu, com wagyu, guacamole da casa, sour cream e alface iceberg (16€/3un), mas não repetiríamos.
Para sobremesa, há sugestões como cheesecake de frutos vermelhos ou pêssego (7,50€), que não deslumbra, mas cumpre, e baba de cão (6,50€), que estava esgotada nessa noite, pelo que não podemos precisar do que se trata, embora fique a curiosidade.
Adorámos a sangria de maracujá (24€/1,85L) e ficam por provar cocktails como mojito de morango, coco ou maracujá (12€) e mocktails como o pineapple mule (8€). A Picanharia ByOliboile tem 44 lugares, incluindo alguns na esplanada. Estão prestes a adquirir o espaço ao lado, para poderem aumentar a capacidade, conforme nos indicou o proprietário.
Existem ainda dois menus a preços mais simpáticos, disponíveis de quarta-feira a sexta-feira ao almoço, exceto feriados. Um deles é o menu rafeiro, apenas para take-away, com hambúrguer de picanha 20% Wagyu, 80% Uruguai, pão, chouriço ibérico, rúcula e gouda, batatas fritas e bebida (água, Coca-Cola, Fanta ou Fuze-Tea) por 14,50€.
Já o menu executivo inclui couvert, prato principal (frango à oliboile, massa pomodoro ou picanha Argentina AA) e bebida (água, água com gás, refrigerante ou copo de vinho da casa) por 16,50€. A decoração é provocadora, mas faz jus à persona de Francisco Ruivo, com menções a "badalhocas", entre outros apontamentos.
Neste restaurante, que funciona com turnos de 1h30, pretende colocar, "em breve", "um chef com nome" aos comandos do espaço, embora ainda esteja a definir quem será, "para mudar a carta, sair fora da caixa". Além disso, tem planos para "abrir ainda este ano no Porto". "Queremos estabelecer e cimentar esta marca", nota.
Quando pedimos um balanço, reflete acerca do desafio de lançar o espaço sendo uma personalidade controversa da Internet. "Existe um ódio ao Francisco Ruivo que não tem explicação", crê, apontando o seu rápido sucesso como possível fator (e exemplificando com o facto de, "em dois anos", ter comprado um Ferrari, que estaciona à porta).
"O público mais velho, de 40 anos para cima, adora-me. Tratam-me super bem", compara. Ainda assim, não deixa margem para dúvidas: "Está a correr lindamente, a faturação está ótima. A verdade é que isto está cheio todos os dias". Resta visitar para tirar as suas próprias conclusões. E, como diria Ruivo, "bom apetite, seus cães".