
Há pouco mais de um ano, chegou ao Monte Estoril uma oportunidade de provar a gastronomia e a cultura argentinas. É exatamente essa a premissa do Aires, o restaurante onde pode provar os cortes de carne mais nobres deste país da América Latina.
Este espaço que recria a essência dos famosos cafés de Buenos Aires dos anos 20 conta com um ambiente sofisticado, mas descontraído. Ao som do tango contemporâneo, são servidas carnes de excelência, de animais criados em pasto e de produtores criteriosamente selecionados, e emparelhadas com pratos de tradição andina, gaúcha e patagónica reinterpretados.
A chef argentina Marianela Ramadan propõe sugestões como o couvert, com chips de pão caseiro e tortilha andina grelhada, maionese de aipo e patê de beringela e tomate (3,50€), a provoleta Aires, com queijo provolone, rúcula, tomate confitado, flocos de prosciutto e redução de Coca-Cola e Fernet Branca (14€) — quase um fondue de queijo — e o chouriço servido com molho crioulo clássico e fatia de pão caseiro com chimichurri (9,50€), que até parece uma salsicha.
Após um bom arranque, pode provar acompanhamentos como o puré de batata cremoso com consistência de mousse e coração de Malbec (5,50€) ou os ovos mexidos com natas, pancetta crocante, ervilhas e batata palha (9€), e tirar o melhor proveito da adega com vinhos das principais regiões vinícolas da Argentina.
Ainda assim, as carnes são as protagonistas, principalmente as cozinhadas no forno a carvão Josper. Desde o lombo de novilho argentino (32€) ao ribeye (35€) e ao borrego cozinhado no Josper, gnocchi de batata-doce roxa, avelãs tostadas e molho espumoso com manteiga de trufa e óleo de cenoura caramelizada (39€), a qualidade é realmente superior.
E está também evidente nas sobremesas (quase todas com doce de leite), tais como o pudim flan, com espuma de creme de mel de cana e areia de frutos secos torrados (7€), imperdível para os amantes deste doce, a chocotorta, um bolo feito com bolachas de chocolate, café, doce de leite e natas (6,50€), e o guloso e quente vulcão de chocolate negro com coração de chocolate branco e gelado (8€), que faz jus ao nome.
Nesta expressão máxima da autêntica paixão argentina, também a decoração assume um papel de relevância, desde o mobiliário produzido à medida por artesãos, aos menus, em couro de vaca argentina e até às facas, com o cabo feito em madeira e osso animal e arrematadas, na base do cabo, com um peso argentino comprimido.
"Na Argentina, o melhor é a carne", disseram-nos, desde logo, os funcionários, que, no Aires, usam elementos deste país, como a boina típica do campo e o cinto de couro. É um facto que, neste restaurante, os carnívoros são muito bem tratados.