Dois dos mais históricos cafés do Porto fecharam portas, sem data para reabrir. O Guarany, na Avenida dos Aliados, está encerrado desde 15 de novembro e na segunda-feira, 30 de novembro, foi a vez do Majestic, na Rua de Santa Catarina. Com quase cem anos de existência, o emblemático café, a funcionar desde 1922, nunca tinha estado em situação semelhante: "Nem na Segunda Guerra Mundial, quando tinha de pagar uma taxa para estar aberto", conta Fernando Barrias, gerente, ao "Jornal de Notícias".

Os dois espaços fazem parte do grupo Barrias, que, com a pandemia e consequente queda vertiginosa do turismo, viram o número de clientes a reduzir drasticamente. "Não há aviões, nem turistas. As restrições determinadas pelo Governo e pela Direção-Geral da Saúde também não favorecem. A juntar a isto, o incremento do teletrabalho deixa em casa muita gente que vinha para os escritórios. E não há residentes na Baixa", diz Fernando Barrias. Manter os negócios abertos com este panorama não compensa: "Neste momento, seria gerar despesa e ter prejuízo."

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O fecho não é permanente e Fernando Barrias promete reabrir quando houver condições. Ainda assim, não quis avançar com uma data específica. "Estou otimista. A pandemia há de passar. Vamos sobreviver a isto. Os nossos antepassados também atravessaram fases difíceis."

Também a cafetaria Marbella, a Confeitaria Eça e os hotéis Internacional e Vera Cruz, do mesmo grupo, estão encerrados. Ao todo, estão 150 trabalhadores em layoff.