A cervejaria Trindade é a mais antiga de Lisboa. Com capacidade para 450 pessoas (entre o átrio, ao balcão ou na esplanada), reforçou a carta de petiscos em outubro, no âmbito do 187.º aniversário do espaço. A MAGG foi experimentar algumas das novidades.
Os pratos em questão, assinados pelo chef Alexandre Silva (líder do Fogo e do LOCO, restaurante com uma estrela Michelin), foram concebidos com o intuito de aliar a alta gastronomia à tradição lisboeta. Começámos pelo couvert da casa, com pão de trigo tradicional e barbela de massa mãe, manteiga e azeite virgem extra (3,60€).
As amêijoas à Bulhão Pato (11€), um clássico, foram o nosso favorito. Mas também adorámos as gambas salteadas (9,50€), o recheio de sapateira (12,50€) e o pica-pau com pickles caseiros (12,70€), que fomos acompanhando com um aperol com toranja e espumante (11€).
Não ficámos fãs da beringela com especiarias (6,50€), uma das alternativas vegetarianas. Preferimos, em vez dessa opção, o polvo assado com molho de amêndoa e alho (11,50€), bastante tenro e saboroso, ou até mesmo a tábua de presunto de porco preto (11,40€).
Para terminar, provámos o crème brûlée de rosmaninho (5,90€), uma das novas sobremesas, e a mousse de chocolate 70% com flor de sal e azeite extra virgem (5,80€). Fica o desejo de conhecermos as restantes propostas do chef Alexandre Silva, como o prego do lombo com batata frita (14,90€) ou o escabeche de pato (7€).
Há sugestões da carta original, que surgem em doses mais pequenas. Estes petiscos podem ser degustados tanto ao almoço como ao jantar. De preferência, emparelhe-os com cerveja e leve companhia, para partilhar e, desta forma, conseguir provar uma maior variedade.
Até janeiro de 2024, está disponível um menu especial, onde se destaca o pernil de porco assado. Ao pedir este prato, será doado 1€ à Associação Salvador, que, desde 2003, promove a inclusão de pessoas com deficiência motora na sociedade. Na noite do Réveillon, a cervejaria estará aberta até à uma da manhã.
A Cervejaria Trindade foi erguida em 1836. Está num espaço com oito séculos, na baixa lisboeta, que sobreviveu ao terramoto de 1755 e recuperou de dois incêndios. Ali existia um antigo convento, que ruiu quando a capital tremeu (daí a expressão "cai o Carmo e a Trindade").
Com a extinção das ordens religiosas em Portugal, impulsionada pelo Marquês de Pombal a partir de 1759, o edifício tornou-se privado. Ainda é possível observar os azulejos antigos Viúva Lamego, assim como almoçar no antigo claustro, onde agora funciona a esplanada.