Este sábado, 6 de janeiro, a TVI voltou a fazer com que os famosos portugueses tirassem o pé do chão. "Dança com as Estrelas", o programa em que figuras públicas fazem par com profissionais da dança, está de volta à grelha da estação de Queluz de Baixo e, desta vez, Cristina Ferreira está de regresso aos comandos do programa.

A apresentadora e diretora de Ficção e Entretenimento da TVI apresentou as três primeiras edições do programa, tendo sido no “Dança com as Estrelas” que se estreou a solo no prime time. No entanto, as duas últimas edições, que foram para o ar em 2018 e 2020, respetivamente, ficaram a cargo de Rita Pereira e Pedro Teixeira.

No entanto, Cristina Ferreira também não está sozinha, já que contou com ajuda de Bruno Cabrerizo na condução do formato, fazendo com que o ator passasse de concorrente a apresentador – sim, porque embora "não tenha ganhado nada", como Cristina Ferreira fez questão de referir inúmeras vezes ao logo da gala, foi em 2015 que o artista esteve no lugar daqueles que agora entrevista.

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Esta é a sexta edição do formato e, antes da estreia, já haviam sido confirmadas sete celebridades (Ana Malhoa, Ana Guiomar, Bernardo Sousa, Liliana Santos, Luísa Oliveira, Raquel Tillo e Tiago Carreira) e também o painel de jurados (Cifrão, Alberto Rodrigues e Alexandra Lencastre). Contudo, como Cristina Ferreira é crente na ideia de que o segredo é alma do negócio, guardou quatro surpresas para a primeira gala.

Veja os concorrentes.

Temos de ser honestos: depois de a apresentadora ter revelado, em direto no "Dois às 10", que Mafalda Castro era uma das concorrentes e que ficou fora do baralho, devido à gravidez de risco por que está a passar, achámos que iria ser difícil de nos surpreenderem. Mas ficámos boquiabertos quando vimos Nelson Évora a abanar a anca (calma, já lá vamos), Miguel Cristovinho e Joana de Verona a dançarem um tango sedutor e até vibrámos com o jive de Miguel Nunes.

Feitos os devidos contextos, está na hora de falarmos em pormenor sobre o que aconteceu na gala de estreia – à qual estivemos muito atentos. A MAGG viu coisas boas e, claro, algumas que podiam ter sido bem melhores. Vamos lá ver então como foi este regresso de "Dança com as Estrelas".

Eis o que adorámos

1. Os vestidos de Cristina Ferreira (e a icónica transição)

Cristina Ferreira sempre foi conhecida pelos looks que elege para a condução dos inúmeros formatos que apresenta. Dos visuais mais simples, que tem utilizado para fazer companhia a Cláudio Ramos no "Dois às 10", aos mais impactantes, como é o caso daqueles em que tomoava as rédeas do "Big Brother", dá sempre que falar. No "Dança com as Estrelas", não foi exceção.

A apresentadora surgiu de laranja, num vestido bastante pomposo da autoria de João Rôlo. Com mangas abaloadas e uma laçada à frente pensámos que, embora já não seja Natal, a apresentadora deveria ter um belo presente debaixo de todo aquele tecido volumoso – vá, não comecemos a pensar em obscenidades, porque os verdadeiros fãs do formato vão saber aquilo de que estamos a falar.

Depois de acharmos que não ia acontecer, eis que a canção "I Love It", de Icona Pop, começou a ecoar no estúdio e soubemos de imediato o que estava para vir – Cristina Ferreira ia despir-se no meio do palco e surgir com outro vestido, à semelhança das edições passadas. "Eu não faço isto sem ter homens a despirem-me todas as semanas", frisou a apresentadora, que agora aparecia com uma criação bem mais curta, colorida e brilhante que a anterior. Meus amigos, só depois deste momento é que o formato descolou à séria.

Alexandra Lencastre pode não dançar, mas é a alma do programa

dança
créditos: Instagram

Depois de uma breve passagem pela SIC, Alexandra Lencastre está de volta à TVI. Além disso, depois de uma edição de hiato, voltou também a ser jurada do formato e temos apenas uma coisa a dizer: só sabemos que temos saudades de uma coisa quando a perdemos. E nós, de facto, tínhamos saudades da atriz e dos momentos insólitos que esta proporciona.

Para já, se Alberto Rodrigues é o "bad cop" e Cifrão o "good cop", Alexandra Lencastre é o equivalente àquelas mães que, mesmo sabendo que os filhos não têm talento nenhum, aplaudem-nos com o maior orgulho nas festas de Natal da escola. Isto porque atribui, quase sempre, uma pontuação mais alta que os seus colegas – e que atire a primeira pedra quem não apreciaria este gesto da atriz.

Além disso, a artista traz gargalhadas ao formato, sejam elas causadas por si própria ou à sua conta. Alexandra Lencastre passa a vida a meter-se com os dançarinos e não conseguiu conter-se, tendo chegado a beijar Vadim Patapov, o par de Ana Malhoa. Sim, foi apenas um par de beijinhos na cara – mas, se a tendência das edições anteriores se mantiver, não tarda muito e a coisa vai escalar.

Além disso, parece que a artista não tem aptidão apenas para a sedução – é que, além de ser uma namoradeira nata, parece ter incorporado a tia Maya e falou dos signos de todos os concorrentes, como se o talento deles dependesse dos astros e não dos pés de chumbo (#icónica).

O chá-chá-chá de Nelson Évora

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créditos: Instagram

Nelson Évora foi uma das surpresas mais bem guardadas deste formato. Quem diria que, numa altura em que está afastado das competições, iria aproveitar para se aventurar numa nova área? E embora achássemos que o campeão olímpico não fosse ter grande jeito para a coisa, não podíamos estar mais enganados.

Sendo uma música pop animada, "Flowers", um dos últimos êxitos de Miley Cyrus, criou um ambiente contagiante para o número de Nelson Évora e Anna Galysheva, que deram tudo no chá-chá-chá. Caracterizada por movimentos frenéticos dos pés e uma coreografia elegante, o público vibrou com esta performance – e nós também.

O atleta provou que nem só na sua modalidade os movimentos lhe saem naturalmente. Aliás, houve momentos em que o show de anca era tão bom e espontâneo que punha Jennifer Lopez a um canto. Vão por nós: temos aqui um potencial vencedor.

E aquilo que podia ter sido melhor

O ritmo da gala

Uma das coisas que não correu bem na estreia de "Dança com as Estrelas" foi o ritmo da gala. Ou seja, sentimos que houve um desequilíbrio de tempo atribuído às conversas com os concorrentes que se apresentaram no início e os que atuaram no final – e parece que nem o facto de Alexandra Lencastre estar a falar a alta velocidade ajudou a reverter a situação.

Quem subiu ao palco no começo do programa, como Ana Guiomar, Luisinha Oliveira, Miguel Cristovinho ou até Raquel Tillo, teve oportunidade de interagir bastante com os jurados e de ser entrevistado por Bruno Cabrerizo – que, já agora, vai precisar de arranjar uma palavra nova para elogiar a prestação dos concorrentes que não seja "arrebentou". Fica a dica.

Por outro lado, os dois concorrentes deixados para o fim não tiveram a mesma sorte. Aliás, a correria era tanta que Alexandra Lencastre, quase sem ar de tão despachada que estava a ser, nem teve tempo de desvendar o signo de Liliana Santos, a penúltima concorrente a atuar. Um ultraje, meus caros.

Deixem José Malhoa em paz

Na plateia, vários foram os familiares e amigos a prestar apoio aos concorrentes. Bernardo Sousa teve Bruna Gomes a torcer por si, Lusinha Oliveira contou com a irmã, Beatriz Barosa, e Ana Guiomar com os pais e o irmão. Já Ana Malhoa, além da filha, levou um ícone da música popular portuguesa, José Malhoa, que também é seu pai.

E ainda que a cantora não estivesse à espera – e que o tempo estivesse a escassear, como lhe dissemos anteriormente –, Cristina Ferreira decidiu que era boa altura para fazer um "Baile de Verão" e pôr o estúdio a tirar o pé do chão, tendo a música de José Malhoa como mote. Se este momento não tivesse existido, talvez soubéssemos o signo de Liliana Santos – não, não nos vamos calar com isto.

O jive desajeitado de Bernardo Sousa

Concorrentes
Bernardo Sousa e Daniela Santos.

Nas primeiras galas, há sempre alguém que tem a pior prestação. Nesta edição, foi Bernardo Sousa que ocupou o último lugar da tabela de classificações, porque o seu jive desajeitado não surpreendeu os jurados. Claro que sabemos que esta não é a sua praia – aliás, o próprio disse-o, em conversa com a dançarina que o acompanha, que ele está para a dança como ela está para os carros.

Ainda assim, acreditamos que Daniela Santos, caso tenha a carta, saiba um bocadinho mais sobre carros do que o piloto sabe sobre dança. Sentimos que Bernardo Sousa estava desconfortável e com vergonha, algo que confirmou em direto, e que isso condicionou toda a sua prestação, que podia ser bem melhor.

No entanto, como costuma dizer o jurado Alberto Rodrigues, não é como começa – é como acaba. E sabemos que Bernardo Sousa ainda pode vir a surpreender-nos.